RESUMO Introdução Na fissura de palato, a realização de um diagnóstico preciso das alterações de fala auxilia o processo de reabilitação, direcionando o tratamento para a disfunção velofaríngea. Objetivo Determinar o estímulo de fala que melhor identifica a hipernasalidade, comparando a nasalidade da fala e a nasalância em estímulos de alta e baixa pressão intraoral, em indivíduos com fissura palatina. Métodos Quarenta e quatro indivíduos com fissura de palato±lábio operada, de ambos os sexos, com idades entre 6 e 59 anos, foram submetidos, simultaneamente, à nasometria e gravação de fala. A nasalância foi determinada utilizando amostras de fala com consoantes de alta pressão intraoral (AP) e consoantes de baixa pressão intraoral (BP). Três examinadores experientes classificaram a nasalidade nas duas amostras (AP e BP), de acordo com uma escala de 4 pontos (1=hipernasalidade ausente, 2=hipernasalidade leve, 3=hipernasalidade moderada, 4=hipernasalidade grave). Resultados Os escores médios ±desvio padrão de nasalância obtidos para as amostras AP e BP foram 31±15% e 31±12%, respectivamente, sem diferença (p=1,0). A concordância entre os examinadores foi maior para as amostras AP. A média de nasalidade entre as duas amostras apresentou diferença (p=0,05). As amostras AP apresentaram forte correlação entre os escores de nasalância e hipernasalidade e as amostras BP apresentaram correlação substancial. Conclusão A amostra composta por consoantes de alta pressão intraoral mostrou maior eficácia na identificação da hipernasalidade, pois proporcionou maior concordância entre os examinadores na análise perceptual da nasalidade, apresentou forte correlação entre os dois métodos utilizados e permitiu o diagnóstico de hipernasalidade em maior número de indivíduos.