O tratamento de doenças parasitárias tem como um de seus maiores desafios a resistência desenvolvida pelos parasitos contra os medicamentos disponíveis. Portanto, a busca por alternativas terapêuticas é urgente. Este estudo realizou uma revisão integrativa da literatura que avaliou o potencial antileishmania, antimalárico e antitrypanossoma de plantas do gênero Casearia. A busca dos artigos científicos foi realizada no Portal de Periódicos da CAPES (PPC), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PUBMED e SCIELO, utilizando-se os seguintes descritores: Casearia e antileishmania; Casearia e antimalárico; e Casearia e antitrypanossoma. Um total de 122 publicações foram coletadas para triagem, destes, 11 foram incluídos na revisão integrativa. Na atividade antileishmania, a Casearia sylvestris se destacou, com extrato hexano da madeira e casca do caule e o extrato etanólico da casca da raiz apresentando atividade contra diferentes espécies de Leishmania (CI50<100 µg/mL), porém com elevada toxicidade (CC50<100 µg/mL). Dentre as substâncias isoladas, o flavonoide Tricina se mostrou ativo contra Leishmania e não citotóxico. Quanto a atividade antimalárica, 11 extratos de 3 espécies, C. elliptica, C. coriaceae e C. sylvestris mostraram-se ativos (CI50<100 µg/mL), no entanto, apresentaram toxicidade. Na atividade antitrypanossoma, as casearinas isoladas das folhas de C. sylvestris, apresentaram grande potencial contra a forma tripomastigota de T. cruzi (CI50<3,0 µg/mL), porém, apresentaram elevada toxicidade. As espécies de Casearia são, portanto, promissoras quanto à sua atividade antiparasitária, mas sua toxicidade é um problema. No entanto, os flavonoides da espécie apresentam bom índice de seletividade e, alterações moleculares e/ou formulações adequadas podem reduzir a toxicidade dos outros componentes.