“…Para tanto, propõe que sejam elaborados instrumentos de ação que possibilitem aos trabalhadores desenvolverem a sua experiência, produzindo uma zona de desenvolvimento potencial. Porém, instaurar esse dispositivo só é possível se considerarmos o esforço de colaboração no sentido de se fazer entender, de colocar em diálogo diferentes profissionalidades, formas de raciocínio, linguagens, constituindo, assim, uma Comunidade Dialógica de Pesquisa(França, 2007) que segue as diretrizes de Bakthin(2003),Faïta (2005) eClot (2006), na medida em que estes apontam para o valor da experiência da atividade linguageira na produção de outras experiências.42 Da mesma forma, percebemos nos Encontros das CAPIs que o trabalho em comum realizado por trabalhadoras adultas, que possuíam diferentes competências, favorecia o seu desenvolvimento -t anto das que precisavam de apoio nas tarefas de escrita e sistematização da experiência, como daquelas que passaram a compreender um dado contexto que lhes era desconhecido, como é o caso de algumas professoras que até então sinalizavam não saber da importância do trabalho educativo realizado pelas merendeiras e da possibilidade deste de expô-las a processos de sofrimento patogênico e adoecimento(Brito & Athayde, 2003;França et al, 2013). Verificamos também que durante as alternâncias, principalmente em relação aos exercícios de estudo de campo, cada CAPI foi se expandindo de diferentes formas, a partir das alianças e parcerias que as trabalhadoras estabeleceram nos locais de trabalho.…”