Este artigo analisa como o assédio moral se configura na vida dos portadores de lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT). Participaram do estudo, realizado em 2007, 20 trabalhadores acometidos por LER/DORT de uma indústria do calçado em Campina Grande-PB. Empregaram-se entrevista semiestruturada e análise de conteúdo. Os resultados apresentam um quadro de assédio moral interpessoal e organizacional que está bem configurado nas histórias de adoecimento dos trabalhadores e nas suas trajetórias de busca de ajuda para seus problemas de saúde. O assédio moral interpessoal e organizacional se evidencia em virtude de todos os aspectos de humilhação, exclusão e pressão que recebem no ambiente de trabalho, sob forma de coação, subversão, chantagem e rebaixamento. Para não terem que sofrer com o desemprego, alguns preferem pedir demissão, outros suportam as dores, ultrapassando os limites do corpo. A lógica da produção de assédio moral e organizacional destrói a solidariedade e impede que os trabalhadores construam coletivamente formas de enfrentamento do trabalho.
O objetivo deste artigo é apresentar e discutir o que está sendo por nós denominado Promoção da Saúde a partir das Situações de Trabalho (PSST). Para isto faz-se uso de uma experiência desenvolvida no estado do Rio de Janeiro e no município de João Pessoa/PB: o Programa de Formação em Saúde, Gênero e Trabalho nas Escolas Públicas. Tal experimentação teve, como ponto de partida e chegada, as situações concretas de trabalho, e envolveu, numa perspectiva ergológica, o diálogo sinérgico entre os polos da experiência e dos conceitos, mediado pelo polo ético-epistêmico, pela constituição de Comunidades Ampliadas de Pesquisa (CAP). Sua realização propiciou (e vem propiciando) a produção de vários eventos promotores de saúde, englobando modificações concretas na organização e no ambiente de trabalho, mudanças nas formas de luta pela saúde e, mesmo, transformações no modo de olhar o trabalho e a vida.
Modos de vida e trabalho Saúde, gênero e trabalho nas escolas públicas: potencialidades e desafios de uma experiência com o dispositivo "Comunidade Ampliada de Pesquisa e Intervenção" Salud, género y trabajo en las escuelas públicas: potencial y desafíos de una experiencia con el dispositivo "Comunidad Ampliada de Investigación e Intervención" Santé, genre et travail dans les écoles publiques: potentiels et défis d'une expérience avec le dispositif « Communauté Élargie de Recherche et Intervention » Health, gender and labor in public schools: potentialities and challenges of an experience with "Extended Research and Intervention Community"
Este artigo apresenta resultados de pesquisa realizada no Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (NUMOL) de Campina Grande (PB). Objetiva mostrar a atividade de trabalho, evidenciando os fatores de risco e as estratégias de defesa utilizadas para enfrentá-los e subvertê-los. Os pressupostos teóricos e metodológicos se basearam nas abordagens da Ergonomia Situada e da Psicodinâmica do Trabalho. Foram feitas 15 observações sistemáticas do trabalho e quatro entrevistas coletivas com as equipes do NUMOL. Identificaram-se os fatores de risco biossanitário, ergonômico, de acidentes e psicológico. Percebeu-se a mobilização dos trabalhadores diante das variabilidades, na cooperação no trabalho e na elaboração de estratégias de defesa. Concluiu-se que os trabalhadores são ativos, usam os saberes de prudência e elaboram estratégias de defesa para se proteger dos riscos e transformar o sofrimento.
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