Os membros dos cães, divididos em torácicos e pélvicos, são essenciais para a sustentação, locomoção e absorção de impacto, cada um composto por ossos específicos como escápula, úmero, rádio, ulna, fêmur, tíbia e fíbula. As malformações ósseas apendiculares em cães são um grupo de condições que afetam o desenvolvimento normal do esqueleto, podendo levar a uma série de problemas de saúde e bem-estar para esses animais. Baseado nisso, este trabalho tem o objetivo de descrever a anatomia do esqueleto apendicular canino e compará-la com as alterações anatômicas encontradas nas principais malformações, bem como suas implicações clínicas, por meio de uma revisão da literatura. Essas alterações podem ser congênitas, ou seja, presentes desde o nascimento, ou adquiridas ao longo da vida do animal devido a fatores ambientais, nutricionais ou traumáticos. Dentre as malformações ósseas mais comuns nos membros de cães, destacam-se a displasia coxofemoral, a displasia do cotovelo e a luxação patelar. A displasia coxofemoral é caracterizada por uma malformação da articulação do quadril, resultando em instabilidade e dor, podendo levar à osteoartrite secundária. Já a displasia do cotovelo envolve alterações nas articulações úmero-rádio-ulnar, causando claudicação e desconforto. Por sua vez, a luxação patelar é uma condição em que a patela se desloca do sulco troclear do fêmur, causando dor e claudicação. Sendo assim, a identificação precoce das malformações é crucial para o manejo adequado e para a implementação de intervenções terapêuticas que possam melhorar a função e a qualidade de vida dos pacientes.