O sêmen equino tem sido historicamente refrigerado usando meios à base de leite. No entanto, o uso de componentes de origem animal causa várias preocupações potenciais, como variabilidade nas formulações, contaminação microbiana e questões regulatórias. Objetivou-se avaliar o potencial de inclusão de diferentes concentrações de lecitina de soja (LS) no meio quimicamente definido BWW - Biggers, Whitten e Whittingham para refrigeração de sêmen equino e armazenamento na temperatura de 15°C. Os ejaculados foram diluídos em seis diferentes grupos experimentais: 1) BotuSêmen® (controle); 2) BWW; 3) BWW + 1% lecitina de soja (LS); 4) BWW + 2% LS; 5) BWW + 4% LS e 6) BWW + 6% LS. O meio BWW, não preservou a motilidade, a velocidade, a retilinearidade (STR), a linearidade (LIN), a amplitude do deslocamento lateral da cabeça (ALH), a frequência de batimento flagelar cruzado (BCF), a integridade funcional e estrutural dos espermatozoides equino durante 24 h de refrigeração quando comparado ao BotuSêmen® (P <0,05). O uso de BWW para refrigeração de sêmen equino só foi possível com adição de lecitina de soja, sendo as concentrações igual ou superior a 2% melhores, pois preservaram a motilidade total, a velocidade curvilinear (VCL) e LIN com mesmo potencial do BotuSêmen® (P >0,05). Ainda assim, o diluidor comercial BotuSêmen® apresentou superioridade em preservar o percentual de espermatozoides progressivamente móveis, a velocidade média da trajetória (VAP), a velocidade linear progressiva (VSL) e a frequência do batimento flagelar cruzado (BCF) durante a refrigeração comparado aos demais diluidores (P <0,05). A inclusão de lecitina de soja, de 2 a 6% no meio BWW, permitiu a manutenção da viabilidade do sêmen equino refrigerado a 15ºC por até 24 horas.