Estamos vivenciando uma crise socioambiental, com toda a sorte de eventos, decorrentes de intervenções humanas, cujos impactos e desdobramentos, progressivos e acentuados, incidem sobre o campo ambiental e social. As ponderações sobre as questões socioambientais constituem-se processos de formação ambiental. Diversas são as oportunidades de fazê-lo, e enfatizamos aqui o uso de recursos midiáticos. Assim, propomo-nos, a partir da materialidade do vídeo “A mensagem do Xamã”, mediante análise de conteúdo, sob a lente decolonial, fazer emergir a multiplicidade de conteúdos relacionados às questões socioambientais, notadamente da/na Amazônia, importantes ao ensino, trazendo uma voz indígena e suas cosmovisões. A análise do vídeo resultou em três categorias: (1) apropriação, violência e colonização do ser, (2) a “natureza amazônica” colonizada e (3) a mensagem do Xamã como manifesto à decolonialidade do saber. O vídeo movimenta-se entre tecnologia, riquezas e impactos na floresta e no ambiente natural e social, precisamente em virtude do impulso capitalista. Nesse contexto, evidencia-se a apropriação degenerativa da natureza, com desdobramentos para o campo social. Em contextos de ensino e de aprendizagem, o vídeo “A mensagem do Xamã” pode permitir aos alunos realizar ponderações sobre os problemas socioambientais, notadamente na/da Amazônia. O vídeo coloca em evidência aspectos contundentes ao cenário amazônico, em interlocução com manifestações do capitalismo, representando, ao final, crítica à relação do ser humano com a natureza; ao mesmo tempo, constitui-se um convite para pensar um futuro plausível para a humanidade, tendo como fundamento a outridade da natureza.