Resumo: Apesar da virada histórica nos estudos de direito internacional público e do avanço das abordagens comparativas, atualmente ainda é dada pouca atenção às tradições nacionais específicas. Isto se aplica, entre outras coisas, às visões e práticas acadêmicas nos Países Baixos durante a primeira metade do século XX. Este artigo procura lançar luz sobre as experiências ocorridas nesse país no período de advento das Liga das Nações e da sua tentativa de "nova ordem mundial". Apresentando uma análise intermediária, retrata os principais protagonistas durante as décadas de 1920 e 1930, tendo por objetivo fornecer um retrato de como sua disciplina e suas atividades passaram por uma profissionalização inesperadamente rápida. Este processo é percebido como tendo ocorrido ao longo de três vetores distintosacadêmico, social e diplomático/burocrático -, que serão posteriormente examinados. As novas oportunidades decorrentes da ascensão do judiciário internacional, especialmente os dois Tribunais Permanentes estabelecidos no solo holandês, são examinadas separadamente. A pesquisa proporciona uma visão mais ampla da Era entre guerras e dos desafios enfrentados por (acadêmicos de) nações menores, possibilitando-nos apresentar experiências locais pouco exploradas num quadro global, e oferecendo lições úteis para (a escrita da) história do direito internacional de forma mais geral.