Contexto: Uma cidade se torna inteligente na medida em que, em favor dos cidadãos, incorpora tecnologias digitais. Essa transformação implica em um significativo aumento no uso e na dependência de tecnologias da informação e comunicação (TICs), como internet das coisas, inteligência artificial, big data e algoritmos, cada vez mais, questionadas quanto ao seu impacto social. Dentre as diversas ameaças associadas à sociedade da informação, este artigo se propõe a explorar a desinformação e sua relação com o desenvolvimento de cidades inteligentes. Objetivo: Para tal, busca responder as seguintes perguntas: Cidades inteligentes são imunes à desinformação? Como se preparar para este cenário paradoxal, onde as TICs parecem fomentar, tanto a inteligência, quanto a desinformação? Resultados: A partir do conceito de cidades inteligentes, dos seus elementos constitutivos e de estudos sobre a proliferação de notícias falsas, percebe-se que a desinformação afeta dois pilares fundamentais das cidades inteligentes, que são pessoas inteligentes e a democracia. Nesse contexto, pensamento crítico, ética digital e alfabetização em mídias digitais integram um conjunto de atitudes e habilidades essenciais para o desenvolvimento de cidades inteligentes mais sustentáveis.