“…Como aponta Elisabetta Basso (2017), em "Complicités et ambivalences de la psychiatrie : Münsterlingen et le carnaval des fous de 1954", a água era, ao mesmo tempo, substância da desrazão e meio de combatê-la. Nos séculos XVII e XVIII, havia a ideia de cura por meio de "poderes imaginários" da água aplicados à hidroterapia: a água fria curaria o "calor sem febre" da mania, impedindo, assim, a "dessecação do cérebro"; já a água quente desobstruiria os humores na melancolia, "doença fria e estagnante" (Foucault, 2019a, p. 206).…”