RESUMO: este estudo teve como objetivo explorar as experiências de casais idosos portugueses com a educação e institucionalização de seus filhos com Síndrome de Down (SD). Foi desenvolvido através do método da história oral, com a participação de catorze casais. Os dados foram obtidos através de entrevista semiestruturada e analisados com base na análise de conteúdo. Os resultados deste estudo evidenciaram que, à época, as condições de atendimento e apoio a crianças com necessidades especiais eram precárias. A quase totalidade das crianças enfrentou a exclusão escolar, em decorrência da falta de estrutura das escolas e falta de preparação do corpo docente para lidar com as necessidades dos filhos. A institucionalização foi motivo de satisfação e contentamento para alguns casais, pela oferta de oportunidades de desenvolvimento e apoio de profissionais especializados. No entanto, também revestiu-se de preocupação pelo pouco e tardio investimento na aprendizagem cognitiva dos filhos, o que comprometeu o seu desenvolvimento neste aspecto. Neste sentido, a escassez de políticas educacionais, em Portugal, dificultou o desenvolvimento intelectual destes jovens, limitando-os e impedindo-os de usufruírem de um futuro laboral a que tinham direito e de exercer plenamente os seus direitos de cidadania.