Sistemas de saneamento sustentáveis podem desempenhar papel vital para a economia de água potável, controle da contaminação de corpos hídricos, além do aumento na produção de alimentos pela reciclagem de nutrientes presentes em grande quantidade no esgoto. Embora as vantagens do EcoSan sejam inúmeras, é necessário atentar-se para a potencial presença de microrganismos patogênicos nesses produtos e, consequentemente, a contaminação do solo e dos cultivos. Assim, é necessário garantir que insumos produzidos mediante excretas sejam seguros no cultivo agrícola. Portanto, faz-se imprescindível estudar o comportamento desses fertilizantes no solo e nas plantas, bem como avaliar os riscos à saúde humana de forma a determiná-lo em diferentes cenários de exposição. Neste trabalho, buscouse avaliar a contaminação microbiológica do solo fertilizado com fezes compostadas contaminadas com três concentrações de Escherichia coli (3,47E + 06, 2,06E + 07 e 1,03E + 08) e aplicação da metodologia avaliação quantitativa de risco microbiológico para análise do risco envolvido nos cenários de plantio e manutenção de cultivos fertilizados com fezes cocompostadas com resíduos orgânicos. Como resultado, obtiveramse os coeficientes de decaimento decimal: -0,07279, -0,09092 e -0,1158. Considerando a necessidade de redução de quatro unidades logarítmicas de bactérias no solo, seriam necessários entre 36 e 56 dias após aplicação do biofertilizante, para o manuseio seguro do cultivo. O manejo do cultivo e o consumo das hortaliças mesmo nas altas concentrações estudadas apresentaram risco tolerável de infecção por E. coli.