Introdução: Ao acompanhar a pessoa com câncer durante a hospitalização, o familiar ou cuidador pode carregar consigo o sofrimento dela, assumindo responsabilidades frente às suas necessidades físicas e emocionais. Esta experiência pode gerar desgaste devido à sobrecarga gerada pelo estresse que envolve a situação de doença e internação. Objetivos: Compreender a percepção de familiares e cuidadores sobre sua saúde emocional ao acompanhar o paciente com câncer no hospital; delinear as estratégias utilizadas por eles para promover o autocuidado emocional. Método: Estudo descritivo-exploratório, qualitativo, realizado em um hospital privado extra porte na cidade de São Paulo, Brasil. A amostra constituiu-se por 15 familiares e três cuidadores de pacientes com câncer hospitalizados. A coleta de dados realizou-se por meio de entrevista semiestruturada, utilizando-se a Análise Temática de Conteúdo, de Bardin, para análise dos dados. Resultados: Os discursos evidenciam a vivência de quem assume o papel de acompanhar a pessoa com câncer, tendo que lidar com as dificuldades que se apresentam no hospital e ser, ao mesmo tempo, a fonte de força para essa pessoa, além da mudança em sua rotina de vida devido as internações frequentes. Todavia, com o passar do tempo, sentem-se mais tranquilos e confiantes em assumir o papel de acompanhante, buscando estratégias que promovam o próprio cuidado emocional, como apoio religioso, prática de esportes e hobbies, meditação, yoga, atendimento psicológico, assistir televisão, ler e ouvir música, estudar e trabalhar online, entre outras. Considerações finais: Para enfrentar a sobrecarga física e emocional ao acompanhar o paciente com câncer, familiares/cuidadores utilizam várias iniciativas que favorecem o autocuidado emocional. Instituições de saúde devem promover o suporte necessário para que estas estratégias sejam valorizadas e incorporadas no cotidiano dessas pessoas que assumem o papel de acompanhante.