O uso de dados e informações advindos do ambiente externo à administração pública pode proporcionar o aprimoramento da tomada de decisão dos gestores públicos, bem como uma maior eficiência e eficácia no desenvolvimento da atividade pública. Sistematizar o monitoramento de ambientes exige a estruturação de processos de inteligência, os quais possuem foco nas informações externas das organizações, objetivando o monitoramento do ecossistema como um todo, sendo determinante para as organizações conhecerem e se adaptarem ao seu ambiente. Reconhecendo a importância de uma cultura organizacional impulsionadora que permita a manutenção e a evolução desses processos, neste estudo buscou-se identificar pontos relevantes relacionados à influência da cultura organizacional na concretização de processos de inteligência na gestão pública. Com a realização de 17 entrevistas com gestores públicos de diferentes, foi possível evidenciar que os mesmos reconhecem a cultura organizacional como impulsionadora dos processos de inteligência, uma vez que apontam o fortalecimento de um ambiente estimulado para o monitoramento do ambiente externo, o engajamento das pessoas e a utilização de tecnologias da informação e comunicação como mecanismos-chave da cultura organizacional para a concretização de tais processos. Identifica-se como limitação deste trabalho a não realização de entrevistas com gestores que trabalham diretamente com processos de inteligência, bem como a participação de órgãos de um único estado no estudo, impossibilitando a realização de comparativos entre culturas organizacionais. Para estudos futuros, sugere-se a continuidade da pesquisa por meio da realização de entrevistas com servidores que não exerçam cargos de gestão.Palavras-chave: Cultura organizacional. Inteligência. Gestão pública.