A cultura de mandioca é a quarta mais importante no mundo, suas raízes são processadas por método artesanal ou semi-industrial, sendo um processamento com baixo nível tecnológico, para as populações tradicionais amazônicas. Além da importância econômica e alimentícia é uma prática cultural transmitida por gerações. Apesar do baixo uso de tecnologias para a produção de farinha no Baixo Amazonas a cidade de Santarém-PA detém a segunda maior produção de farinha do estado do Pará, esse processo produtivo gera efluentes de características industriais, dentre eles a manipueira, que é um líquido de coloração amarela com altas concentrações de carga orgânica, composto de proteínas, glicose, ácido cianídrico, também há geração de resíduos sólidos nesse processo. Diante do exposto, esse trabalho objetivou identificar os impactos socioambientais advindos do processamento da mandioca em casas de farinha no município de Santarém-PA situada no Baixo Amazonas. Foram coletados dados a partir de entrevistas com os trabalhadores através de formulários semiestruturados, com questões abertas e fechadas. Em relação aos impactos sociais, destaca-se que a maioria afetada são do sexo masculino (64%), possuem baixa escolaridade, e os derivados da mandioca são suas fontes de renda. As jornadas de trabalho dos entrevistados são exaustivas, há incidência de relatos de movimentos repetitivos e de posição inadequada pelos trabalhadores, refletindo a insalubridade local. No que se refere as percepções ambientais, poucos tem conhecimentos dos danos ou sabem identificar os impactos que a atividade causa no meio ambiente, ficando expostos a insalubridade ambiental nas casas de farinha.