Resumo: Contrariando as abordagens tradicionais do conflito intragrupal, que consideram este fenómeno negativo para o desempenho, as perspectivas mais recentes sublinham as suas potencialidades ao nível da inovação e da criatividade das equipas de trabalho. Os estudos empíricos desenvolvidos têm, no entanto, encontrado poucas evidências para a funcionalidade do conflito. O presente artigo procura contribuir para uma melhor compreensão das relações entre o conflito, as estratégias de gestão de conflitos e o desempenho grupal, por um lado, bem como da forma como os conflitos são vividos e geridos ao longo do desenvolvimento grupal, por outro. Participaram no nosso estudo 68 equipas de trabalho do departamento de produção de 8 organizações do sector industrial que desempenhavam tarefas com um baixo nível de complexidade. Os resultados revê-laram que o conflito centrado no desenvolvimento das tarefas se relaciona negativamente com o desempenho e que a utilização de estratégias integrativas se assume como a única abordagem aos conflitos com um impacto positivo nos resultados das equipas de trabalho. As análises realizadas permitiram também concluir que a emergência de conflitos é diferente, ao longo do desenvolvimento grupal. Para testar o padrão de resultados encontrado, importa realizar novos estudos com equipas cujas tarefas requeiram uma elevada coordenação de esforços e remetam para resultados caracterizados por uma elevada imprevisibilidade.Palavras-chave: conflito intragrupal, estratégias de gestão de conflitos, desempenho, níveis de desenvolvimento.1 A correspondência relativa a este artigo deve ser endereçada a Isabel Cristina Dórdio