Conglomerados midiáticos regionais: os meios de comunicação como meios de produção na territorialização do capital

Meios de comunicação na territorialização do capital

“…However, there is a system of appropriation of the public good by private groups that use the media as an instrument to defend their interests and, at times, improperly appropriate these educational and community grants as a means of maintaining their local power. Debates that, due to the limits of the text, could not be held here, but are held by Barros (2019), Lima (2011) Santos (2006, Santos & Aires (2017). M…”

Coronelismo eletrônico não é uma metáfora

“…Mascara-se o fato de que a posse de meios de comunicação desequilibra o jogo político-partidário e, consequentemente, a democracia. Janaína Visibeli Barros (2019) confronta a perspectiva que aposta na técnica como barreira ao uso político ao analisar a propriedade de um conglomerado de mídia mineiro e entrevistar seus profissionais. A autora constata a crença na técnica como mecanismo de garantia da imparcialidade do material jornalístico, "a organização dos grupos, a detenção das outorgas, a demarcação dos territórios, o bloqueio desses territórios são interferências políticas e econômicas que participam do processo produtivo e do produto simbólico em circulação" (BARROS, 2019, p. 189).…”

O trabalho em agências de comunicação: processos produtivos e densificação da atividade no jornalismo de rabo preso com o cliente

“…Retira-se o contraponto, o contraditório, colocando-se apenas um dos lados, de modo semelhante ao tipo de conteúdo que se produz para a assessoria de imprensa. Segundo Barros (2019), isso ocorre em conglomerados midiáticos regionais de mídia que têm o poder de influir nas agendas governamentais e públicas e na opinião de inúmeras pessoas sobre temas específicos, além de intermediar relações entre grupos distintos. Para Fonseca (2011, p. 41), esses grupos podem "(...) participar das contendas políticas, em sentido lato (defesa ou veto de uma causa, por exemplo) e estrito (apoio a governos, partidos ou candidatos)".…”

“…Por sinal, como ficou demonstrado a partir dos materiais obtidos na observação de campo, o papel exercido pela agência, em conluio com os veículos de comunicação, é criar uma encenação noticiosa que dê ao público dos veículos a sensação de estar bem informado e atenda aos interesses da empresa jornalística que trabalha com equipes cada vez menores e, consequentemente, dependentes de apoiadores externos. As relações recíprocas entre esses dois agentes impedem que a disseminação de conteúdo fira os interesses dos assessorados, da mesma forma que os conglomerados midiáticos regionais fazem para proteger os agentes políticos locais, bloqueando versões e opiniões que lhes sejam desfavoráveis (BARROS, 2019).…”

“…Com essa ocupação, tanto territorial quanto ideológica, torna-se possível aos grandes conglomerados midiáticos replicarem o seu modelo de gestão para as subsidiárias, o que implica em um regime de mobilização da mão de obra independentemente das características locais. Isso reverbera para o interior os efeitos do capitalismo global sobre o Jornalismo, levado do global para o local, impactando na redução de cargos e na consequente adoção da flexibilidade e da multifuncionalidade pelos trabalhadores, bem como na migração dos jornalistas para outras áreas (BARROS, 2019).…”