O uso de anticoncepcionais é uma prática para a qual há uma grande adesão, porém, tal procedimento pode trazer risco quando do uso crônico e não prescrito por profissional médico, e, mesmo com a prescrição adequada, a falta de acompanhamento do uso pode aumentar os riscos de ocorrência de reações adversas. O presente estudo trata-se de uma pesquisa exploratória, analítica, na qual se objetivou avaliar o padrão do uso de medicamentos anticoncepcionais orais (ACO) por mulheres e especificamente a ocorrência de reações adversas decorrentes do uso destes medicamentos, mediante compartilhamento de um questionário, em mídias sociais, com questões versando sobre a adesão a terapia anticoncepcional e a forma como se dá o uso de tais medicamentos por parte das mulheres que concordaram em participar da pesquisa. Observou-se que, de um total de 233 mulheres que concordaram em participar da pesquisa, 65,4% utilizavam anticoncepcional por um período compreendido entre 5 e 10 anos. Também foi possível observar que 63,2% delas apresentaram dor de cabeça como reação adversa predominante (P<0,05, ANOVA), porém também observando-se a ocorrência de reações adversas graves, como trombose (4,2%) e que 87,9% destas adquiriu tais medicamentos sem que fosse solicitada a prescrição médica no ato da compra. Tais resultados permitem concluir que, na população estudada, há um elevado índice de uso crônico de anticoncepcionais, muitas das quais fazendo tal uso sem orientação médica e apresentando uma importante ocorrência de reações adversas, trazendo a tona a necessidade da atuação de profissionais de saúde no que concerne à promoção do acompanhamento e prescrição médica de contraceptivos, e evidenciando a problemática da venda/ dispensação sem apresentação de receita, o que pode funcionar como gatilho para maximizar a ocorrência de reações adversas e de uso não racional e abusivo de tais medicamentos.