O Estado do Maranhão registra altos índices de desmatamento e focos de queimadas, especialmente nas regiões sul e sudeste, onde os biomas Cerrado e Amazônico estão presentes. Diante desse contexto, destaca-se o município de Amarante, localizado na região sul do estado, que abriga o segundo maior rebanho de gado e desempenha um papel significativo como polo agropecuário. Além disso, o município está integrado à Fronteira Econômica do MATOPIBA. O presente estudo tem como objetivo analisar o uso e cobertura da terra e sua relação com o fogo nas Terras Indígenas do Município de Amarante, Maranhão, Brasil. Utilizando técnicas de sensoriamento remoto e análise de dados geoespaciais, busca-se investigar os padrões de desmatamento, fragmentação florestal e ocorrência de incêndios nessas terras indígenas. Por meio de uma abordagem temporal, analisando o período de 1985 a 2020 com intervalos de 5 anos entre cada recorte, foram obtidos resultados que revelam uma correlação direta entre o avanço das atividades agropecuárias, a frequência de queimadas, o desmatamento e a exploração ilegal de madeira na região. O estudo também destaca o aumento da violência e dos conflitos territoriais decorrentes da expansão dessas atividades econômicas, afetando diretamente as populações indígenas e evidenciando a tensão territorial relacionada ao uso e cobertura da terra. Diante dessas constatações, ressalta-se a urgente necessidade de implementar estratégias de conservação e manejo sustentável do uso da terra nas áreas indígenas, visando à proteção da biodiversidade e dos modos de vida tradicionais.