Conhecimentos, atitudes e práticas de adolescentes sobre o papilomavírus humano

Abstract

OBJETIVO Analisar conhecimentos, atitudes e práticas de adolescentes estudantes de escolas públicas do município de Teresina-PI sobre o papilomavírus humano (HPV). MÉTODOS Estudo transversal, analítico, realizado em 12 escolas da rede pública do município de Teresina, com uma amostra aleatória de 472 adolescentes de 15 anos. Todos os participantes responderam a um questionário validado, que avaliou as características sociodemográficas, o nível de conhecimento sobre o HPV, atitudes relacionadas à vacinação e ao status vacinal. Os níveis de conhecimento e atitude foram classificados por meio de escores padronizados e a prática mediante a situação vacinal. As análises foram realizadas com o uso do SPSS. Na análise bivariada, utilizou-se a regressão logística simples, por meio de odds ratio para identificar as associações entre as características sociodemográficas e o conhecimento, e a atitude com a prática de prevenção contra o HPV. As variáveis que na análise bivariada apresentaram valor de p ≤ 0,20 foram submetidas ao modelo multivariado de regressão logística. A significância estatística foi fixada em p < 0,05. RESULTADOS Dentre os participantes, 27,3% apresentaram conhecimento suficiente, 34,1% atitudes positivas e 74,6% prática adequada. Na análise multivariada observou-se associação estatisticamente significativa entre o sexo feminino (ORa = 15,62; IC95%: 9,08–26,9), conhecimento satisfatório (ORa = 2,09; IC95%: 1,15–3,81), e atitudes positivas (ORa = 1,89; IC95%: 1,10–3,23) com a prática adequada. CONCLUSÕES Ser do sexo feminino, ter nível de conhecimento sobre o HPV e a vacina classificados como satisfatório, bem como ter atitudes positivas frente à vacinação contra o HPV reforçam a prática adequada de vacinação. Estes achados demonstram a necessidade de ampliar o conhecimento dos adolescentes, gerando atitudes positivas com vistas à vacinação dentro de uma perspectiva adequada.

Human Papillomavirus vaccination practice and its associated factors among secondary school female students in Nekemte town, Oromia region, Ethiopia, 2022

“…A study in Amhara regional state of Ethiopia also reported similar ndings (21). Similarly, studies done in Brazil realized that having positive attitudes towards HPV vaccination reinforces the appropriate practice of vaccination (29). This can be explained by the fact that motivating factors of adolescents' practice are generated from their positive attitude, which can be concluded as the impact of an attitude on behavior.…”

“…This study also found that female students who demonstrated good knowledge of HPV and its vaccine had ve times more practice than students with poor knowledge. This nding was supported by research conducted in China and Brazil, (27,29). The most responded source information was health professionals.…”

Papilomavírus humano na realidade dos adolescentes brasileiros

“…As duas vacinas aprovadas, a quadrivalente e a bivalente, foram aprovadas respectivamente em 2006 e 2008, estando disponíveis até 2013 exclusivamente no setor privado de saúde do Brasil. 13 A vacinação na idade adequada, feita de maneira preventiva é eficiente, uma vez que a imunização antes da exposição ao HPV é duradoura e se mostrou eficaz tanto em homens quanto em mulheres. Entretanto, essa recomendação de faixa etária por vezes não é bem recebida pelos pais e/ou sociedade, seja por motivos culturais ou religiosos.…”

“…Além disso, a vacinação de pessoas na idade adulta enfrenta dificuldades como o alto custo para vacinar em locais mais isolados e menos amparados pelo sistema de saúde, devido a necessidade de três doses injetáveis, além da descrença e questionamentos sobre a necessidade de se vacinar e sobre a utilidade da vacinação ou necessidade de ser aplicada em homens. 13,14 Tratamento contra o HPV Os tratamentos contra o HPV variam conforme o tipo de vírus contraído e consequentemente de acordo com a doença desenvolvida pelo paciente. De maneira geral os tratamentos podem ser divididos em tratamentos autoadministrados, tratamentos ambulatoriais, crioterapia e exórese.…”

“…Dessa maneira, cabe sobretudo à escola e às unidades de saúde, preferencialmente em parceria, prestarem o serviço de informação e conscientização do adolescente e também da sua família, para que os oriente de que a vacinação é sim algo benéfico. 13,27 As dúvidas de adolescentes e suas famílias são as mais diversas e transitam desde inseguranças em relação a reações e possíveis efeitos colaterais ou prejuízos à saúde que a vacinação pode causar, bem como a dificuldade de entender o motivo pelo qual suas filhas e filhos precisam tomar uma vacina de forma tão cedo na vida deles para proteção contra uma doença sexualmente transmissível, quando na grande maioria dos casos a vida sexual ainda não se iniciou. É nesse contexto que a ação da escola e das unidades de saúde torna-se determinante para o sucesso ou insucesso da vacinação.…”