Conhecimentos e Condutas dos Profissionais de Saúde Sobre a Violência Contra a Mulher

Abstract

Introdução: A violência contra a mulher gera um aumento na demanda dos serviços de saúde que são fundamentais no reconhecimento das situações de violência por meio da análise clínica e acolhimento. Objetivo: analisar o conhecimento dos profissionais de saúde da atenção básica diante da violência contra a mulher e verificar suas condutas durante o atendimento. Método: Estudo quantitativo transversal, desenvolvido com trinta profissionais de saúde de uma unidade básica de saúde, por meio de um questionário composto por perguntas de dados pessoais, profissionais e entendimento sobre a violência doméstica. Resultados e discussão: A maioria dos entrevistados nega conhecimento prévio sobre violência doméstica, interferindo diretamente na qualidade da assistência. A baixa capacitação profissional gera insegurança sobre os deveres de notificação e denúncia de casos suspeitos. Conclusão: É necessário manter os profissionais capacitados e aptos para atuar em casos de violência contra a mulher, promovendo o bem-estar da vítima, família e comunidade.

Papel dos profissionais de saúde no atendimento a vítimas de violência de gênero / Health care professionals’ role in caring for victims of gender-based violence

“…Reconhecer e abordar a violência de gênero é uma das maiores dificuldades de profissionais de saúde, os quais ainda têm, em geral, relativamente baixo conhecimento sobre o tema (FREITAS et al, 2017;FUSQUINE;SOUZA;CHAGAS, 2021). As crenças do profissional de saúde que lida com violência contra a mulher são importantes porque ditam a algumas outras crenças que profissionais de saúde podem ter, as quais podem dificultar falar de violência com pacientes:…”

“…Como já mencionado, muitas vezes pode ser difícil a identificação de violência no contexto de vida da paciente que está defronte o médico(FREITAS et al, 2017;FUSQUINE;SOUZA;CHAGAS, 2021). A literatura coloca que pessoas em situação de violência, atual ou anterior, serão mais propensas a ter problemas de saúde e de fazer mais uso de serviços de saúdeAs mulheres podem apresentar-se a serviços de urgência e emergência por problemas decorrentes diretamente da violência física ou sexual (traumas, fraturas, tentativas de suicídio, abortamentos, etc.)…”

Violência contra mulher no período da COVID -19

“…Essa Lei inaugurou um novo olhar estatal sobre a violência contra mulheres na medida em que consolida uma política nacional de enfrentamento das agressões. Todavia, apesar do grande avanço, mais de dez anos depois da sua promulgação, nota-se que a legislação parece ter sido insuficiente diante dos números irreparáveis de mulheres mortas nos estados brasileiros e o crescimento exponencial dos casos registrados de violência contra a mulher, sobretudo no âmbito intrafamiliar 12,17 .…”

O papel do enfermeiro na mulher vítima de violência doméstica: revisão sistemática

“…Estes têm um papel importante no que toca à identificação de violência doméstica para, deste modo, intervir. Contudo, nem todos os enfermeiros se encontram preparados para identificar e intervir da melhor forma perante estas situações (Fusquine et al, 2021). Assim, existe a necessidade de formar profissionais de saúde capazes de realizar intervenções eficazes.…”

“…Um estudo realizado por Narvaz e Koller em 2007, salienta o facto de que a maioria das disciplinas da área da saúde não contempla a formação e o treino necessário aos aspetos relacionados com a violência, enquanto Fusquine, et al (2021) reforçam o tema mencionando a necessidade de manter profissionais aptos para atuar em casos de violência doméstica. Por outro lado, torna-se evidente que os profissionais não têm as habilitações necessárias nem foram adequadamente formados para promover intervenções eficazes com impacto na saúde das mulheres em contexto de violência doméstica.…”