Alemão como língua estrangeira, material didático, alemão para fins profissionais, comunicação escrita, língua técnica Sumário 1. Introdução
IntroduçãoTendo em vista os desafios contemporâneos a serem superados no âmbito do ensino de línguas estrangeiras, tanto por aprendizes quanto por professores e instituições, as áreas de pesquisa concernentes têm voltado seus esforços para a investigação de forças, fatores e dispositivos que condicionam os processos de ensino e aprendizagem. Aspectos como currículo, motivação dos aprendizes, avaliações, materiais didáticos e políticas linguísticas, por exemplo, passaram a ser discutidos nas últimas décadas sob uma série de perspectivas, contribuindo para que sejam desvendadas as relações de influência e interdependência entre eles.Um dos conceitos norteadores aos demais aspectos é a competência comunicativa, que, na década de 1970, trouxe para o centro do processo de ensino e aprendizagem a comunicação, a interação e a adequação da expressão às exigências das diferentes situações sociais, além de ter reforçado o estatuto da língua enquanto prática social (perspectiva de língua que adotamos no presente trabalho e que vai ao encontro dos estudos de Bakhtin, explorado com mais detalhes adiante). Segundo Franco e Almeida Filho (2009, p. 18), esse conceito tira do centro do processo a subcompetência linguística, que "até então havia ostentando um lugar privilegiado ou mesmo exclusivo" e agora encontra-se "subordinado a um conceito maior". Em outras palavras, o ensino de línguas focado em regras gramaticais perde força, e fatores externos ao sistema linguístico, como o contexto sociocultural, regras de uso e funções comunicativas passam a ser mais discutidos, o que se reflete em estudos de autores como Hymes (1972), Widdowson (2005 e Celce-Murcia (2008).Considerando o desenvolvimento da Competência Comunicativa como determinante no processo de aprendizagem, chegamos à argumentação de Almeida Filho (2005 apud FRANCO, ALMEIDA FILHO, 2009, p. 18) de que adquirir uma língua não é mais aprender, somente, outro sistema, nem só passar informações a um interlocutor, mas, sim, construir no discurso (a partir de contextos sociais concretos e experiências prévias) ações sociais (e culturais) apropriadas. Esse autor acrescenta que a abordagem comunicativa não é uma bateria de técnicas ou um modelo de planejamento, mas sim a adoção de princípios mais amplos como o foco no processo, nas maneiras específicas de como se aprende e de como se ensinam línguas."Construir no discurso ações sociais apropriadas" leva-nos também ao conceito de competência discursiva, pela qual se reconhece que "os significados das sequências