2016
DOI: 10.24885/sab.v29i2.8
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Construindo “memórias materiais” da ditadura militar

Abstract: A ditadura militar no Brasil (1964Brasil ( -1985 foi marcada pela redução da liberdade e dos direitos civis da população e pela violência institucionalizada, retratada nos dados escandalosos dos crimes humanitários cometidos nesse período. No entanto, como Funari e Zarankin já alertaram, tantos anos de repressão e violência política foram simplesmente apagados da memória coletiva com um hiato nos livros de História Oficial. Pensando nisso, este trabalho tem como objetivo discutir o papel que a Arqueologia da R… Show more

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“…Esta abordagem mais holística se inicia nos primeiros momentos da investigação, envolvendo um trabalho extenso de coleta de dados ante mortem sobre os indivíduos procurados, a análise do contexto e evidências do desaparecimento (i.e., coleta de testemunhos, consulta de documentos etc. ), o envolvimento dos próprios familiares na condução da investigação, e a construção de uma "memória" material (FONDEBRIDER, 2019;FUENZALIDA, 2017;LEMOS, 2016;NIRO, 2008). Como exemplo de como esta abordagem pode ir muito além da análise de remanescentes ósseos, Glavic, Merchant e Seguel (2015) realizaram uma peritagem arqueológica do centro de repressão e extermínio no Chile conhecido como "Londres 38", com o objetivo de recuperar evidências biológicas e culturais do uso do espaço.…”
Section: História Da Arqueologia E Antropologia Forenseunclassified
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“…Esta abordagem mais holística se inicia nos primeiros momentos da investigação, envolvendo um trabalho extenso de coleta de dados ante mortem sobre os indivíduos procurados, a análise do contexto e evidências do desaparecimento (i.e., coleta de testemunhos, consulta de documentos etc. ), o envolvimento dos próprios familiares na condução da investigação, e a construção de uma "memória" material (FONDEBRIDER, 2019;FUENZALIDA, 2017;LEMOS, 2016;NIRO, 2008). Como exemplo de como esta abordagem pode ir muito além da análise de remanescentes ósseos, Glavic, Merchant e Seguel (2015) realizaram uma peritagem arqueológica do centro de repressão e extermínio no Chile conhecido como "Londres 38", com o objetivo de recuperar evidências biológicas e culturais do uso do espaço.…”
Section: História Da Arqueologia E Antropologia Forenseunclassified
“…Em 1996, acontecem duas etapas de busca na região, com participação da EAAF e de familiares e sobreviventes (que já tinham procurado seus entes queridos anteriormente por iniciativa própria), embora a participação sistemática de arqueólogos nestas buscas só aconteça a partir de 2012. Apesar destes esforços, a investigação continua com poucos resultados concretos até os dias de hoje, com vários remanescentes humanos ainda se encontrando sob a guarda da Polícia Federal, sem exame de DNA e sem análise antropológica completa (CALMON, 2019;HATTORI, 2019;INSTITUTO MACUCO, 2012;LEMOS, 2016;SILVA, S., 2019;SOUZA, S., 2009). Mas, talvez, o exemplo mais significativo no país de Antropologia Forense em contexto de violência política seja o caso da Vala Clandestina de Perus.…”
Section: Arqueologia E Antropologia Forense No Brasilunclassified
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“…Para tanto, recorro ao aporte da crítica feminista descolonial (LUGONES, 2014; 6 Até o momento foram publicados, no Brasil, artigos em dois Dossiês temáticos, o da Revista de Arqueologia Pública (2014) com textos escritos por Rafael de Abreu e Souza (2014), Príscila Sousa (2014), Beatriz Thiesen et al (2014), Baretta (2014); o Dossiê sobre Arqueologia da Repressão e da Violência na América Latina da Revista de Arqueologia com texto de Carolina Lemos (2016); além de uma dissertação (BARETTA, 2015); um trabalho de conclusão de curso -TCC (BELLÉ, 2013); e outro artigo (ANJOS, 2012). Cabe lembrar que durante o evento da regional sul da Sociedade de Arqueologia Brasileira (SABSUL) em 2016, Beatriz Thiessen organizou uma exposição sobre o tema.…”
Section: Feminismos E Ditaduraunclassified