Consulta de Enfermagem às pessoas surdas: uma análise contextual

Abstract

Objetivou-se analisar criticamente os aspectos contextuais que influenciam a realização da consulta de Enfermagem às pessoas surdas. Estudo de revisão crítica-narrativa da literatura, desenvolvido de julho a agosto de 2013, nas bases de dados SciELO, LILACS e IBECS, assim como no Google Acadêmico e em portais eletrônicos do Ministério da Saúde, da Organização Mundial de Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, procedendo-se à análise do material coletado a partir do método de Análise Contextual. Diante do corpus de publicações selecionadas, depreenderam-se temas agrupados em camadas interativas de contexto, contemplando: particularidades da consulta de Enfermagem às pessoas surdas; obstáculos enfrentados em tal situação; compreensão sociocultural e psicológica da relação enfermeiro/paciente surdo/intermediador e legislação aplicada – bases para a prática da ética na consulta de Enfermagem às pessoas surdas. Concluiu-se que a consulta de Enfermagem ao paciente surdo não ocorre de forma satisfatória em virtude, principalmente, da inadequação de tais profissionais que, sem o devido preparo no âmbito acadêmico, negligenciam o cuidado a esta importante parcela da população.

Satisfaction of deaf people with the health care system quality

“…Apesar de terem os seus direitos garantidos por lei, tal fato parece não acontecer na nossa amostra, pois a maioria dos participantes declararam-se muito insatisfeitos com a comunicação dos funcionários, referiram ausência de materiais informativos e educativos estavam insatisfeitos com a pontualidade no agendamento das consultas, marcação e entrega de exames. Além disso, o uso de outros recursos para a comunicação com a população em estudo foi considerado inadequado o que os expõem a riscos eminentes no diagnóstico e consequentes condutas erróneas no tratamento (Araújo et al, 2015). Farias, B.…”

Clinical Signs and Symptoms of Sexually Transmitted Infections Communicated in Libras

“…It is worth noting that communication with the deaf, when mediated by an accompanying person or interpreter, besides breaking the professional-patient bond, hinders access to information and direct contact with the patient, thereby breaching the confidentiality of the issues related to the latter. Apart from this ethical issue, there are other factors that contribute to the difficulties in the care given by nurses to the deaf, such as unfavorable working conditions, the limitations of the deaf themselves and the values and understanding on the part of the deaf and nurses, in addition to meta-contextual conditions represented by public policies (21) . Finally, authors report the need for more studies related to deafness, focusing on all the professionals involved in the direct care of deaf patients, since it is important that all communication be effective.…”

“…Most of the 360 million people with disabling hearing loss live in low and medium income level countries. In 2010, it was calculated that 21.31% of people in Brazil experience some sort of deafness (1) . Deafness is a problem resulting from reduced sensitivity or auditory discrimination, characterized by partial or complete loss of hearing ability, which can manifest in different degrees: mild, moderate, severe or profound (2) .…”

Sentimentos Da Equipe De Enfermagem Ao Atender Um Paciente Com Deficiência Auditiva: Desafios Do Cuidado

“…Além disso, constitui-se ferramenta essencial no cuidado em saúde por proporcionar o estabelecimento da relação entre equipe e paciente (ARAÚJO, et al,2015;BASSO;FERNANDES, 2014;BENITO, 2016).…”

“…Esse déficit de qualidade é gerado pela dificuldade do cliente surdo em demonstrar seus problemas de maneira clara, e do profissional compreender as reais necessidades e sentir-se limitado para aplicar seus conhecimentos específicos, conforme observado na fala de E11. Essa barreira se estende à oferta de informações e orientações pelos profissionais, situação que pode influenciar na adesão ao tratamento e mudanças de comportamento por esses indivíduos (TRECOSSI; ORTIGARA, 2013;ARAÚJO, et al, 2015;PERES;ROCHA;REIS, 2014;NEVES;NUNES, 2016;FILHA;LAUDO, 2015).…”