Consumo de adoçantes e produtos dietéticos por indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, atendidos pelo Sistema Único de Saúde em Ribeirão Preto - SP

Abstract

RESUMO OLIVEIRA, P. B. "Consumo de adoçantes e produtos dietéticos por indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, atendidos pelo Sistema Único de Saúde em Ribeirão Preto-SP". 2009. 84 f. Dissertação (Mestrado em Saúde na Comunidade). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. Devido às suas complicações crônicas, o diabetes mellitus (DM) apresenta impacto considerável como problema de saúde pública pela morbidade, mortalidade e custos no seu tratamento. Para obter um bom controle metabólico, a educação alimentar é um dos pontos fundamentais no seu tratamento. O uso de adoçantes e alimentos dietéticos é importante para as pessoas com DM, apesar de serem dispensáveis na alimentação. Este setor cresceu nos últimos anos e atualmente 35% dos lares brasileiros consomem algum tipo de produto light ou diet. Diante das dificuldades e do pouco conhecimento dos indivíduos com DM sobre o uso destes produtos, verificou-se a necessidade de coletar informações sobre o assunto para subsidiar programas educativos. Este estudo tem como objetivo analisar o consumo de adoçantes e produtos dietéticos por indivíduos com diabetes tipo 2 (DM2), atendidos pelo Sistema Único de Saúde em Ribeirão Preto-SP. Os dados foram obtidos por meio de um questionário envolvendo variáveis sóciodemográficas, clínicas, relacionadas à hábitos alimentares e ao uso de produtos dietéticos e adoçantes, aplicado em uma amostra de 120 pacientes, sendo 60 do sexo feminino e 60 do sexo masculino, estratificados em adultos e idosos. Metade da amostra foi entrevistada no Centro de Saúde Escola da FMRP-USP (nível secundário de atendimento) e a outra metade nos Núcleos de Saúde da Família (nível primário de atendimento), vinculados à FMRP-USP, após concordância em participar do estudo e assinatura do termo de consentimento. As análises foram realizadas com ajuda do software Epi-Info e consistem na descrição das variáveis de interesse, com realização de comparação, entre sexos, faixa etária e nível de atendimento (primário e secundário). Aplicou-se o teste exato de Fisher e fixou-se o valor de p em 0,05. A média de idade dos entrevistados foi de 63,1 anos (± 10,5) e a duração do diagnóstico médio de DM de 9,8 anos (± 8,6). Os resultados encontrados mostram que a maioria apresentou sobrepeso ou obesidade. O uso de adoçante é freqüente na população em estudo, com predomínio do tipo líquido, e o uso de produtos dietéticos é menor, porém significativo, com predomínio dos refrigerantes. O diagnóstico do DM foi determinante para o uso de ambos e o critério de seleção mais utilizado para os usuários de adoçante foi o sabor. É pequena a porcentagem da população estudada que sabe a diferença entre produto diet e light, que tem o hábito de ler o rótulo dos alimentos e que se preocupa com a quantidade utilizada de adoçante. Conclui-se que é uma necessidade a inclusão de informações sobre o uso adequado de adoçantes e produtos dietéticos nas atividades assistenciais aos pacientes com diabetes nos diversos níveis do Sistema Único de Saúde, levando em consideração as característic...

Avaliação Do Nível De Conhecimento De Portadores De Diabetes Mellitus Sobre Adoçantes

“…Em relação aos medicamentos, houve frequência maior do uso combinado de insulina com antidiabético oral (53%), o que pode ser atribuído, de acordo com Oliveira, 16 à dificuldade no controle da doença e estágio avançado da mesma. Foi relatado que o uso dos adoçantes só aconteceu após diagnóstico de DM, e que este é feito por obrigação, fato comprovado quando 52 indivíduos relataram que voltariam a consumir o açúcar se pudessem.…”

“…18 Cada adoçante apresenta sua peculiaridade, como a limitação do uso do aspartame em altas temperaturas e a proibição de indivíduos hipertensos no uso do ciclamato de sódio, visto que ele apresenta sódio, por isso, a importância da identificação da composição do produto. 16,19 Neste estudo, a identificação do edulcorante mais consumido pela população estudada se fez de acordo com o nome comercial do adoçante, visto que a grande parte não tinha conhecimento da composição do mesmo. As marcas mais citadas no estudo se relacionam com a reportagem de uma revista de circulação nacional, segundo Weinberg, 20 que apresenta as marcas mais vendidas no mercado brasileiro, o que comprova que os adoçantes são mais conhecidos pelo nome comercial do que por sua composição.…”

“…No que se refere ao motivo da escolha dos adoçantes, houve concordância com os achados no estudo de Castro & Franco, 11 no qual o sabor chega como prioridade de escolha, seguido de sugestão de amigos e parentes, preço e marca, o que mostra que os indivíduos buscam alimentos de sua preferência. A influência da mídia, com propagandas, não teve tanta relação nesse grupo, e segundo Oliveira 16 e Castro & Franco, 11 tal influência pode ser associada a indivíduos mais jovens, que buscam melhora da qualidade de vida, vida saudável e controle da obesidade. Contrário ao dado encontrado no estudo de Oliveira, 16 mais da metade dos diabéticos já trocaram de adoçantes, sendo essa atitude importante tanto na mudança da marca comercial, como do edulcorante utilizado.…”

“…A coleta de dados ocorreu após a aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Católica Salesiana do Espírito Santo, atendendo à Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (Protocolo nº 44/2010, Ofício 146/2010/CEP). O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário semiestruturado, com questões fechadas e abertas, composto por três partes, sendo a primeira os dados sociodemográficos; a segunda, dados relacionados à doença; e por fim, dados referentes ao conhecimento e consumo de adoçantes e produtos dietéticos, totalizando 39 questões que foram adaptadas dos estudos de Sousa 17 e Oliveira, 16 com exclusão de algumas questões, para atingir o objetivo deste estudo.…”

“…11 Dentre os adoçantes calóricos, encontram-se frutose, sorbitol, manitol, xilitol, lactose, malto-dextrina e sacarose; e os não-calóricos, ciclamato, sacarina, acesulfame-K, esteviosídeo, sucralose e aspartame (combinação da fenilalanina com ácido aspártico). 16 Há poucos estudos que relatam o conhecimento e o consumo de adoçantes por indivíduos portadores de DM, e considerando a importância desses produtos no tratamento da doença, a característica específica de cada adoçante e o fato de não existirem recomendações específicas para sua indicação com relação à terapia nutricional da doença, este estudo tem como objetivo avaliar o nível de conhecimento de indivíduos portadores de diabetes mellitus atendidos no Centro de Referência Ambulatorial (CRA) de Carapina, município de Serra/ES, quanto ao consumo de adoçantes, a fim de conhecer os hábitos alimentares com relação aos adoçantes e orientar o consumo adequado dos mesmos.…”