“…Isso permite dizer que o escrutínio das relações que os seres humanos estabelecem com os objetos que consomem pode ser uma ferramenta útil para identificar e entender algumas características individuais e sociais estabelecidas no mundo atual. Por seu turno, esta identificação e este entendimento devem ser capazes de pavimentar novas vias teóricas e práticas no campo do comportamento do consumidor à medida que a experiência do consumo é vista como um fenômeno expandido, extrapolado, do simples utilitarismo dos produtos e serviços (Montesinos, Suárez, & Pulido-Fernández, 2015;Silva & Barbosa, 2018. Com efeito, se já antes houve a substituição dos sobrenomes, das tradições, da religião, da raça e da nacionalidade pela capacidade dos objetos em imprimir diferenciação aos indivíduos (Lipovetsky, 2004;Lira, Santos, Campos & Costa, 2020), agora eles se prestam mais a expressar os estilos individuais, as preferências e aspirações. É por meio dos bens que os indivíduos têm se composto como identidades sociais (Baudrillard, 2009;Belk, 1988;Campbell, 2006;Lipovetsky, 2004;Slater, 2000), se conhecendo e se reconhecendo em cada objeto significado (Barbosa, 2010).…”