Introdução: A segurança do abastecimento de água é de extrema importância para a saúde pública, principalmente para crianças que, em idade escolar, podem permanecer de 5 h a 8 h por dia nas escolas. A água pode conter uma variedade de contaminantes que, em níveis elevados, têm sido associados ao aumento de uma série de doenças em crianças.Objetivo: Avaliar durante 12 meses a qualidade das águas de poços utilizadas como soluções alternativas coletivas de abastecimento em dez escolas públicas do município de Itatiba (SP). Método: Foram coletadas amostras de água de poço, de reservatório e de bebedouro, totalizando 100 amostras, sendo analisados parâmetros químicos, físicos, organolépticos e microbiológicos previstos na Portaria de Consolidação n° 5, de 28 de setembro de 2017, anexo XX. Adicionalmente foi realizada uma pesquisa quanto à presença de matérias estranhas, incluindo os protozoários Cryptosporidium spp. e Giardia spp. Resultados: Três escolas exibiram resultados em acordo com a legislação. As demais apresentaram presença de microrganismos como bactérias (29,0% de coliforme total e 9,0% de Escherichia coli, no total de amostras analisadas) e protozoários (15,0%), além de resultados acima do valor máximo permitido (VMP) para cor aparente (8,0%), turbidez (11,0%), Fe (12,0%), Zn e Pb (5,0%). Conclusões: Os resultados em desacordo com a legislação interferem na qualidade das águas oferecidas nas escolas, estando associados à falta de investimento na infraestrutura dos poços e cloração da água, sendo observado um diferencial na escola que possui parceria com a empresa de tratamento de água do município. Esta parceria deve ser mantida e, se possível, expandida para as demais escolas.