“…Assim, considerando que o professor é responsável por boa parte do que o aluno constrói em termos do conhecimento sobre a natureza da ciência, as transições de uma visão tradicional para aquela que entende a ciência como prática socialmente construída devem levar em consideração mudanças no quadro perceptual dos docentes e nas formas a partir das quais eles ensinam ciência NEWERLA et al, 2008). muitas ocasiões, tornarem-se hegemônicas menos pelo seu valor intrínseco e mais em função de conveniências ou de variáveis de ordem política(MARTINS, 2006).De acordo com a perspectiva tradicionalmente difundida, os cientistas são pessoas objetivas, livres de quaisquer pressões sociais e econômicas, Esta abordagem deformadora ajuda a disseminar uma concepção de ciência desvinculada de qualquer contexto social, negando-lhe o caráter de construção e de prática sociocultural, cujos desenvolvimentos sempre estiveram subordinados aos contextos sociais que deles emanaram (PÉREZ;MONTORO; ALÍS et al, 2001).Reducionista e a-histórica, ela valoriza os sentidos como únicas fontes legítimas do conhecimento, ignorando que os processos de observação e de experimentação são frutos de um anterior trabalho de reflexão e de formulação hipotética, e que os objetos do mundo real são distintos dos objetos teóricos da ciência (na maior parte das vezes elaborados como idealizações, e não como representações do mundo real)(MATTHEWS, 1995). Individualista e elitista, ela reforça a crença numa suposta neutralidade da ciência e incorre no erro de defender um único e superior método científico, subestimando as possíveis contribuições do pluralismo metodológico.…”