O cajuaçu (Anacardium giganteum Linn), uma espécie nativa da Amazônia, destaca-se pelo seu grande potencial de aproveitamento e valor nutricional. Neste estudo, objetivou-se a caracterização física e físico-química do pedúnculo (pseudofruto) dessa fruta. Foram analisadas amostras coletadas nos municípios de Bragança e Augusto Corrêa, no nordeste do Estado do Pará. Observou-se uma acidez elevada, com 1,30 g/100g e 0,73 g/100g de ácido cítrico, respectivamente, e um pH ácido, sendo 3,38 e 3,92. Além disso, o teor de sólidos solúveis totais foi de 14,14° Brix e 11,11° Brix, com umidade de 86,26% e 89,36%, valores esses compatíveis com os padrões de qualidade estabelecidos para a polpa de caju (Anacardium occidentale L.) e com valores existentes na literatura para essa mesma fruta. Em comparação ao caju-comum, o cajuaçu apresentou teores de açúcares redutores mais baixos (4,66% e 5,50%) e densidade de 1,01 g/mL e 1,00 g/mL. Por outro lado, a condutividade elétrica mostrou-se superior, com 0,79 mS/cm e 0,59 mS/cm. As técnicas multivariadas aplicadas revelaram uma discriminação parcial, mas elevada, das amostras conforme a sua origem, sendo que a técnica de discriminante linear foi capaz de classificar corretamente 100 % das amostras. Esses resultados são fundamentais para ampliar o conhecimento sobre polpas de cajuaçu preenchendo uma lacuna de informações sobre a espécie.