Os aditivos alimentares são ingredientes adicionados intencionalmente aos alimentos para modificar suas características, melhorando o valor nutricional, as características organolépticas e/ou aumentando a sua vida útil. Entre esses aditivos, destacam-se os corantes naturais, como o urucum (Bixa orellana), amplamente utilizado na culinária brasileira. Esse corante é frequentemente proveniente de pequenos produtores, que o fabricam de forma artesanal e o comercializam a granel em comércios e mercados locais. No entanto, essa produção e venda pode estar sujeita à ausência de boas práticas de fabricação (BPF), como falta de higiene por parte do manipulador, bem como falhas no processamento e contaminação ambiental. Diante disto, este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade macroscópica e microscópica de coloríficos de urucum vendidos à granel na cidade de Teresina para detectar sujidades ou fraudes no processo, bem como confrontar os resultados obtidos com as legislações vigentes. Para isto, as amostras foram coletadas em 4 lugares diferentes, denominadas amostras R1, R2, R3 e R4. A análise incluiu observação macroscópica e microscópica estereoscópica para a detecção de sujidades. As amostras também foram submetidas a um processo de descoloração com solução de hipoclorito de sódio, seguido de uma análise detalhada em microscópios óptico e estereoscópico. Os resultados revelaram a presença de insetos, larvas e pedras de coloração escura, classificados como sujidades graves, indicando práticas inadequadas de higiene na produção do colorífico, o que representa um risco para o consumidor.