A proposta do artigo é verificar quais foram as tendências comuns dos conteúdos expressos nos textos dos comentadores, bem como investigar quais as implicações dessas mensagens nas eleições brasileiras de 2018. Para isso, o banco de dados foi construído a partir da coleta de comentários dentro dos posts na fanpage do Jornal Estado de S. Paulo entre os meses de julho até o dia das eleições do segundo turno, em outubro de 2018, compondo um corpus total de 654.828 comentários. Para este trabalho, calculamos uma amostra estatística com grau de confiança de 95% e 2% de margem de erro, resultando em 2.393 comentários. A metodologia empregada é a de análise quantitativa, que foi realizada com auxílio de um livro de códigos. As pesquisas prévias já reconheceram que nas redes sociais os usuários reforçam um tom agressivo e polarizado que circula também fora desse espaço específico. Por conta disso, o trabalho apoia-se em esquemas conceituais que pensam a internet como espaço de conflito, entendendo o pluralismo e o dissenso como categorias fundamentais às análises que tecem as pesquisas sobre política em redes sociais online, sendo esse um caminho para testar empiricamente aquilo que as abordagens teóricas tratam a respeito das potencialidades da rede durante períodos eleitorais. A contribuição, portanto, é pensar as conversas informais geradas na rede como instrumentos passíveis de análise, cujo projeto político não precisa implicar, necessariamente, em uma forma específica de racionalidade.