Resumo O objetivo deste trabalho é analisar a dinâmica da cooperação Sul-Sul (CSS) nos últimos decênios, tomando como foco, o acordo Brasil-Moçambique na área de biocombustíveis. Iniciada de forma tímida nos anos 50 e 60, a CSS é vista como uma ação interativa dos países em desenvolvimento (PED) para a solução dos seus problemas. O Brasil desponta nesse processo na década de 1960, no seio da Política Externa Independente (PEI) inaugurada pelo governo Jânio Quadros, primeiro, junto dos países da américa latina e mais tarde com os africanos. Porém, devido aos constrangimentos estruturais e conjunturais, a CSS brasileira com África passou a se caracterizar até em 2002, por momentos de alta e baixa intensidade. Com Lula no poder (2003-2010) e com ele a sua política de diversificação de atores e de "solidariedade", as relações Brasil-África ganham novos contornos e dinamismo, um dos quais, a assinatura do acordo com Moçambique na área de biocombustíveis. Portanto, concluiu-se na presente pesquisa que, no setor de biocombustíveis, o que está por detrás da solidariedade, são os objetivos econômicos, apesar disso, Moçambique não tem alternativa a não ser cooperar com o Brasil no setor de biocombustíveis.