Corantes Naturais: Importância E Fontes De Obtenção

Abstract

Os corantes desempenham um papel importante nos alimentos visto que é um parâmetro de atratividade para o consumidor. A ANVISA considera corante como a substância ou a mistura de substâncias que possuem a propriedade de conferir ou intensificar a coloração de alimento e bebida, além de apresentar poder oxidante. Na produção de alimentos existem duas classes de corantes, os artificiais e os naturais. Os corantes artificiais são aqueles que são obtidos por síntese química e os naturais são obtidos de matrizes naturais, como vegetais. O azul índigo, a púrpura e os tons de vermelho foram os corantes de maior destaque na história onde eram utilizados em tecidos, pinturas corporais, de casas e objetos, em artes rupestres, para tingir os cabelos, estes eram extraídos de animais, frutos, flores, cascas e raízes de plantas. Entre os principais corantes naturais alimentícios se destacam o urucum, o carmim de cochonilha, as antocianinas, as betalaínas e a curcumina. Os principais métodos de extração encontrados foram extração por maceração, extração em fluído supercrítico, extração enzimática, extração em líquido pressurizado, extração em água subcrítica, extração por campo elétrico pulsado, extração assistida por micro-ondas, extração por queda de pressão instantânea controlada e extração assistida por ultrassom.

Utilização De Técnicas Espectroscópicas No Infravermelho (Ftir-Uatr), Acopladas a Análises Estatísticas Multivariadas, Na Análise De Qualidade De Coloríficos Alimentícios Contendo Urucum

“…Os corantes alimentícios (CAs) têm desempenhado um papel importante ao longo da história, visando melhorar a aparência e o sabor dos alimentos (Chamone et al, 2020;Santos et al, 2022). A cor de um produto é, frequentemente, avaliada e associada ao sabor pelos consumidores, portanto, constitui um fator importante para produtos comerciais comestíveis (Demczuk Jr & Ribani, 2015).…”

“…A cor de um produto é, frequentemente, avaliada e associada ao sabor pelos consumidores, portanto, constitui um fator importante para produtos comerciais comestíveis (Demczuk Jr & Ribani, 2015). Existem dois tipos de CAs, os artificiais que são obtidos por síntese química e os naturais que são extraídos de matrizes naturais (de Toledo et al, 2021;Santos et al, 2022). O desenvolvimento de métodos de padronização e, consequentemente, a facilidade da padronização dos CAs sintéticos, em conjunto à sua grande disponibilidade, possibilitaram o aumento de sua aplicação e de seu consumo.…”

“…A crescente divulgação dos efeitos nocivos dos CAs sintéticos e de restrições do uso de vários tipos de CAs sintéticos tem contribuído para a geração de interesse na substituição de CAs artificiais por CAs naturais, que são considerados uma alternativa mais saudável do que os sintéticos e apresentam efeitos benéficos à saúde, principalmente, pelo seu poder antioxidante e seus efeitos anti-inflamatórios (Chisté et al, 2011;Constant et al, 2021;de Toledo et al, 2021;Santos et al, 2022;Baptistão et al, 2023;Costa et al, 2023).…”

“…A molécula da bixina possui dois grupos carboxílicos, sendo um deles com um éter metílico (Demczuk Jr & Ribani, 2015). A ação oxidante da bixina é sugerida por causa da presença de nove duplas ligações conjugadas alternadas na sua estrutura, que atuam como capturadores de radicais livres (Santos et al, 2022). Uma vez isolada da semente, a bixina torna-se muito vulnerável à degradação, podendo sofrer decomposição pela ação de calor, luz e oxidação (da Silva et al, 2020;Constant et al, 2021).…”

“…O urucum é uma das principais fontes de CAs naturais utilizados mundialmente e tem gerado um aumento de interesse em vários setores, como por exemplo, nas indústrias de alimentos, nas quais é aplicado como CA em derivados lácteos, embutidos, doces, licores, sorvetes e margarinas e em outros ramos industriais, que também fazem uso de suas propriedades tintoriais, como a indústria têxtil, a de cosméticos e a de tintas e vernizes (Olegário & dos Santos, 2014;de Sousa & de Faria, 2014;Demczuk Jr & Ribani, 2015;Balan, 2017;Chamone et al, 2020;Gonçalves et al, 2020;de Toledo et al, 2021;Santos et al, 2022). O urucum também possui propriedades versáteis e benéficas para a saúde, como a capacidade de reduzir inflamações, inibir o crescimento de fungos e bactérias, além disso, também é rico em antioxidantes que combatem os radicais livres, que são associados a doenças cerebrais, cardíacas e cancerígenas (Stuetz et al, 2017;Carvalho et al, 2022).…”