A cistinose é uma doença autossômica recessiva rara caracterizada pelo acúmulo do aminoácido cistina livre dentro dos lisossomos, resultando no aparecimento de cristais de cistina na medula óssea, leucócitos, linfonodos, rins, córnea, conjuntiva, íris, corpo ciliar, esclera, coróide, epitélio pigmentar da retina, músculos extra-oculares e nervo óptico. O defeito primário está no transporte ativo de cistina através da membrana lisossomal (1)(2)(3)(4)(5)(6)(7)(8)(9) . Uma mutação genética tem sido mapeada no cromossomo 17p (5)(6) . Três formas fenotípicas são descritas (1,(3)(4)6,10) : A) Forma Infantil: é a mais comum e a mais devastadora. Também chamada de nefropática, leva ao desenvolvimento da síndrome de Fanconi. Esta forma pode conter 100 vezes mais cistina que o normal, cursa com retardo do crescimento e desenvolvimento e geralmente é fatal na primeira década de vida na ausência de transplante renal. Os sinais e sintomas oculares mais comuns são fotofobia, prurido, depósito de cistina na conjuntiva, córnea e retinopatia periférica. B) Forma Intermediária ou Adolescente: É caracterizada por nefropatia menos severa que a forma infantil, mas que compromete a expectativa da vida. As alterações evidenciadas na segunda ou terceira década de vida, apresentam-se ou não com falência renal e depósitos característicos na conjuntiva e córnea. A retinopatia não é observada. C) Forma Adulta: Esta forma benigna, que pode conter 30 vezes mais cistina que o normal, é assintomática, à exceção da fotofobia, que freqüentemente leva ao diagnóstico em exame oftalmológico de rotina. Esta forma se apresenta da adolescência à quinta década de vida. Estes pacientes têm expectativa de vida normal. Os heterozigotos têm nível de cistina 4 a 5 vezes maior que o normal, não apresentam anormalidades clínicas e têm expectativa de vida normal.A partir de 1990, a microscopia confocal permitiu estudar a histologia de toda córnea in vivo (11)(12) , ajudando a compreender, diagnosticar e tratar as alterações corneanas. O objetivo deste estudo é relatar os achados da microscopia confocal in vivo em uma paciente com cistinose infantil.
Microscopia confocal in vivo na cistinose -Relato de casoA cistinose é doença autossômica recessiva rara caracterizada pelo acú-mulo do aminoácido cistina livre dentro dos lisossomos e geralmente é fatal na primeira década de vida na ausência de transplante renal. O presente estudo tem por objetivo relatar os achados da microscopia confocal in vivo em paciente adulto com cistinose infantil. O exame de microscopia confocal in vivo revelou que há diferenças quanto à intensidade de acometimento, tamanho e forma dos depósitos nas diversas camadas corneanas.
RELATOS DE CASOS