RESUMOObjetivo: Correlacionar área do disco óptico com parâmetros geométricos e biomecânicos da córnea. Métodos: Estudo retrospectivo nos arquivos de pacientes do Instituto de Olhos Renato Ambrósio a fim de se identificar os pacientes que realizaram exames HRT (Heidelberg Retina Tomography), Pentacam e ORA. A retinografia digital foi revisada de modo a se classificar na escala DDLS (Disc Damage Likelihood Scale).Resultados: 244 olhos de 122 pacientes (75 mulheres) foram incluídos no estudo. A média de idade foi de 47,2 anos (de 8 a 97 anos, desvio padrão de 21,7). Não houve correlação significante entre área do disco e nenhuma das medidas de PIO (IOPg, IOPcc). Encontrou-se uma relação negativa significativa com CRF (r=-0,1337, p=0,0263). A relação com histerese foi também negativa (-0,1123), mas o valor p foi maior que 0,05 (0,0625). Não houve correlação significante entre área do disco e progressão paquimétrica mínima ou média. Entretanto, observou-se correlação significante e positiva entre a área do disco e astigmatismo corneano (Delta K), sendo de 1,15 (p=0,0129). Conclusão: Existe uma correlação negativa entre a área do disco óptico e os parâmetros biomecânicos e estruturais da córnea. Tal correlação pode ser parte da explicação da córnea ser um fator de risco para maior susceptibilidade do nervo óptico para neuropatia glaucomatosa.