Descrever marcadores antropométricos, clínicos e dietéticos associados ao risco cardiovascular em indivíduos infectados pelo vírus HIV.
MétodosRealizou-se um estudo transversal com 100 indivíduos, adultos, com HIV/Aids, da cidade do Rio de Janeiro. O risco cardiovascular foi estimado pelo escore de risco de Framingham. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um recordatório de 24 horas e de uma lista de frequência de consumo de alimentos. Para comparar variáveis, foram utilizados o teste t de Student e o teste Qui-quadrado.
ResultadosDentre os indivíduos avaliados, 63% eram homens, com idade média de 41,8, DP=9,6 anos, 77% faziam uso de antirretrovirais. Escore de risco de Framingham >10% foi identificado em 53% dos indivíduos. Os principais fatores de risco cardiovascular potencialmente modificáveis identificados foram: lipoproteína de alta densidade baixo (70%), hipercolesterolemia (35%), hipertensão arterial (35%), seguidos de tabagismo (23%) e glicose alta (21%). Indivíduos com escore de risco de Framingham >10% apresentavam uma tendência para consumir dietas mais ricas em colesterol (p=0,720), em sódio (p=0,898), em açúcares/doces (p=0,032) e pobres em fibras (p=0,273), associadas a um maior consumo de bebidas alcoólicas (p=0,053). A avaliação dos hábitos de vida revelou maior prevalência de tabagismo e maior nível de sedentarismo no grupo com escore de risco de Framingham >10, porém não significativos.