Corpo Infantil, Artefatos Culturais E O Processo De Pedofilização Social

Abstract

O artigo problematiza o tema da erotização dos corpos infantis na sociedade contemporânea a partir de pesquisa bibliográfica. A ideia de infância vem sofrendo modificações significativas ao longo da história e os artefatos culturais são materialidades privilegiadas nesse processo de discursar sobre o corpo da criança. A discussão está assentada nas proposições teórico-metodológicas dos Estudos Culturais em Educação na vertente pós-estruturalista. Apresenta-se o conceito de pedofilização social para explicar os processos complexos da exposição mídiática dos corpos infantis. Professores e professoras precisam se apropriar dessas discussões para que compreendam a complexidade cultural que opera nos corpos infantis e os adultizam, tornando-os objetos de diferentes desejos e consumo.

Professoras e professores do ensino fundamental falam sobre a pedofilia

“…Nas produções textuais, percebeu-se a tentativa de seis professores em relacionar a pedofilia a um fator social. O que é válido, pois, fundamentados nos estudos culturais, os autores do presente estudo compreendem que a pedofilia não é apenas uma doença, um fenômeno de ordem puramente biológica, mas, antes de tudo, um fenômeno sociocultural complexo, ligado a diversos fatores que nem sempre são abordados na visão médica, jurídica ou midiática (FELIPE; GUIZZO, 2003;LANDINI, 2003;SILVA, 2005;PINHO;PULCINO, 2016;SÁ-SILVA, 2019).…”