“…Não só inteligência se inscreveu na suposta natureza do corpo, ela foi pareada a metáforas etárias, de modo que, como nota o autor, "a frase 'São como as crianças' deixou de ser uma simples metáfora da intolerância para se converter em uma proposição teórica segundo a qual 11 A esse respeito, sinalizo a produtividade de pesquisas na interface ou nas fronteiras entre deficiência e doença que contribuem para um adensamento dessa questão, por vezes requalificando-a. Nessa chave, as noções de biossocialidade (Rabinow, 1999), cronicidade, longa duração ou "doenças compridas" (Fleischer, 2018) e nervos (Duarte, 1986) são particularmente importantes, bem como a atenção aos cruzamentos entre doenças raras e deficiência Carniel, 2020), o caso da esclerose múltipla (Costa, 2019;Gama, 2020), dos transplantes (Marini, 2018), da poliomielite (Ferreira, 2018), da hanseníase (Maricato, 2019), do HIV e aids (Valle, 2002), da zika (Matos;Silva, 2020) e, mais recentemente, da covid-19 (Block et al, 2021).…”