RESUMO A ocorrência de dermatopatias é cada vez mais comum na casuística da clínica de pequenos animais, principalmente em cães. Dentre as enfermidades que acometem as estruturas dérmicas destacam-se as doenças imunomediadas, a exemplo do complexo lúpus eritematoso. As principais formas clínicas deste são: o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e o lúpus eritematoso discoide (LED). Esta última forma (considerada a variante benigna do LES) é uma das dermatoses imunomediadas mais frequentemente diagnosticadas no Brasil e em outros países, como os Estados Unidos, e possui duas variantes: a forma localizada e a generalizada. A etiopatogenia da doença ainda não está bem elucidada, porém acredita-se que animais com predisposição genética, pelagem clara e alta exposição à radiação ultravioleta podem ter maior chance de desenvolver o LED. O diagnóstico é feito pela anamnese, exame físico e características das lesões, sendo o exame histopatológico o principal exame confirmatório, considerado padrão ouro. O diagnóstico diferencial do LED deve ser feito principalmente através das doenças com origem no plano nasal, sendo as principais: LES, complexo pênfigo, dermatofitose, síndrome uveodermatológica e vitiligo. O tratamento exige esquema terapêutico individual, na maior parte dos casos ao longo da vida do animal. O prognóstico da doença é considerado favorável, devido ao não acometimento sistêmico.