Tal como outros termos formados com o sufixo “ismo”, como racismo, sexismo, entre outros, o termo idadismo pretende dar conta de diversas formas de discriminação baseadas na idade das pessoas. Embora abranja também crianças e jovens, devido a diversas crenças, como por exemplo de que são imaturos e sem voz no espaço público, o idadismo afeta, hoje, especialmente, as pessoas idosas. Nas últimas décadas, tornou-se uma das principais formas de discriminação nas nossas sociedades, pelo que se pretende analisar criticamente este fenómeno, com base na literatura científica e na análise documental e recorrendo ainda a exemplos de programas intergeracionais. Situando a análise no contexto das políticas designadas de “envelhecimento ativo”, difundidas sobretudo por instituições da União Europeia, este artigo discute a dimensão retórica e ideológica das mesmas, assim como a sua ótica economicista e produtivista. Em contraste com o discurso político e normativamente difundido do “envelhecimento ativo” e da “solidariedade intergeracional”, defende-se uma educação intergeracional crítica capaz de promover e produzir a cidadania intergeracional. Pretende-se, deste modo, questionar a crescente institucionalização das pessoas idosas, e também de crianças e jovens, de modo a contribuir para o fortalecimento do espaço público da educação, pela via da experiência democrática e convivial.