No curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEdoC), do campus de Planaltina, da Universidade de Brasília, há um espaço reservado para acolher crianças filhas de estudantes. Este trabalho se volta para esse espaço, proposto por meio de um projeto de extensão denominado Projeto de Educação Infantil Ciranda, mas que, no plano das circulações acadêmicas e científicas, comparece como Ciranda Infantil da LEdoC ou da FUP (Faculdade UnB Planaltina). O escopo aqui é identificar, pelas práticas desenvolvidas com as crianças e para elas nesse espaço, como o cuidado e o brincar comparecem. O nome do projeto faz alusão à Ciranda Infantil do MST, que tem uma pedagogia e organicidade coletiva que é específica do Movimento. Essa relação direta com a referida Ciranda aqui foi considerada como uma referência das práticas brincantes. Para tanto, tomou-se as propostas do referido projeto de extensão, ao longo da última década, cotejadas com as entrevistas e questionários que foram realizados com a coordenação do projeto, com professores da LEdoC, com estudantes que são mães de crianças que frequentaram o espaço e com estagiárias. Pautou-se em Bardin (2011) para a análise de conteúdo. É possível indicar que as crianças estão na Ciranda Infantil da LEdoC por uma necessidade de atender às mães e pais, evitando a não permanência no curso pelo motivo de não ter com quem deixa-las. O foco está nos bebês e crianças bem pequenas, ou seja, quanto menor a idade mais chance as crianças têm de ocupar uma das dez vagas disponíveis no projeto. Estando as crianças na Ciranda Infantil da LEdoC, o brincar perpassa as atividades ali praticadas com elas, todavia há uma distinção entre a responsabilidade de realização desses momentos brincantes com a função de cuidar dos pequenos.