INTRODUÇÃOOs países do chamado Terceiro Mundo vêm apresentando, nas últimas décadas, um progressivo declínio nas suas taxas de mortalidade e, mais recentemente, também nas suas taxas de fecundidade. Esses dois fatores associados promovem a base demográfica para um envelhecimento real dessas populações, à semelhança do processo que continua ocorrendo, ainda que em escala menos acentuada, nos países desenvolvidos.As características principais desse processo de envelhecimento experimentado pelos países do Terceiro Mundo são, de um lado, de o fato do envelhecimento populacional estar se dando sem que tenha havido uma real melhoria das condições de vida de uma grande parcela dessas populações, e de outro lado, a rapidez com que esse envelhecimento está ocorrendo. Na verdade, nos paí-ses menos desenvolvidos, o contingente de pessoas prestes a envelhecer, dadas as reduções nas taxas de mortalidade, é proporcionalmente bastante expressivo quando comparado com o contingente disponível no início do século nos países desenvolvidos. Com a baixa real da fecundidade, a tendência é haver transformações drás-ticas na estrutura etária desses países, em tempo relativamente curto, sem que as conquistas sociais tenham se processado devidamente para a maioria da população.Este artigo se propõe a discutir a questão do envelhecimento populacional dentro do contexto do Terceiro Mundo, dando ênfase à realidade brasileira. Nesse sentido, será evidenciada uma questão emergente e de considerável impacto social e econômico: o "boom" de idosos na população brasileira nas próximas décadas.Para tanto serão analisados dados secundários**** referentes à evolução da mortalidade, fecundidade, expectativa de vida e sobrevida no Brasil, desde o início deste século até o ano 2025, bem como as transformações decorrentes do processo de envelhecimento na es-