RESUMO: O envelhecimento populacional é hoje um fenômeno universal, característico tanto dos paí-ses desenvolvidos como, de modo crescente, do Terceiro Mundo. São apresentados dados que ilustram a verdadeira revolução demográfica desde o início do século e estimativas até o ano 2025. Os fatores responsáveis pelo envelhecimento são discutidos, com especial referência ao declínio tanto das taxas de fecundidade como das de mortalidade. Em conjunto, tais declínios levam a um menor ingresso de jovens em populações que passam a viver períodos mais longos. Esse processo gradativo é conhecido como "transição epidemiológica" e seus vários estágios são abordados. As repercussões para a sociedade, de populações progressivamente mais idosas são consideráveis, particularmente no que diz respeito à saúde. Os padrões de mortalidade e morbidade são discutidos e o conceito de autonomia, como uma forma de quantificar qualidade de vida, é introduzido. É proposta redefinição do próprio conceito de envelhecimento, refletindo a realidade médico-social do Terceiro Mundo. São formuladas questões sobre a interação envelhecimento-mudanças sociais em curso nos países subdesenvolvidos, cujas respostas podem ser grandemente facilitadas pelo uso do método epidemiológico. 17 , 1985). Projeções demográ-ficas indicam que de 1980 até o final do século cerca de três quartos do aumento da população idosa ocorrerão em tais países (Hoover e Siegel 10 -Tabela 1), fazendo com que este seja o grupo etário que mais crescerá na maioria dos países menos desenvolvidos. Na América Latina, entre 1980 e o ano 2000 deverá ocorrer um aumento de 120% da população total (de 363,7 para 803,6 milhões), enquanto que o aumento da população acima de 60 anos será de 236% (de 23,3 para 78,2 milhões), ou seja, duas vezes maior que o percentual de aumento da população como um todo. A longo prazo, as perspectivas são ainda mais impressionantes. A Tabela 2 mostra os aumentos das populações idosas em países que terão 16 milhões ou mais de pessoas acima de 60 anos no ano 2025, comparadas com as populações da mesma faixa etária em 1950 (WHO 23,24 ). Entre os 11 países com as maiores populações de idosos daqui a quarenta anos, 8 situam-se na categoria de paí-ses em desenvolvimento de acordo com os critérios atuais. Haverá, portanto, uma substituição: as grandes populações idosas dos países europeus cedendo lugar a países caracteristicamente jovens como a Nigéria, Brasil ou Paquistão. Em termos práticos, o aumento é sem precedentes. Por exemplo, no Brasil, o aumento da população idosa será da ordem de 15 vezes, entre 1950 e 2025, enquanto o da população como um todo será de não mais que cinco vezes no mesmo período. Tal aumento colocará o Brasil, no ano 2025, com a sexta população de idosos do mundo em termos absolutos (Kalache e Gray 13 , 1985). UNITERMOS:
At the same time as cities are growing, their share of older residents is increasing. To engage and assist cities to become more “age-friendly,” the World Health Organization (WHO) prepared the Global Age-Friendly Cities Guide and a companion “Checklist of Essential Features of Age-Friendly Cities”. In collaboration with partners in 35 cities from developed and developing countries, WHO determined the features of age-friendly cities in eight domains of urban life: outdoor spaces and buildings; transportation; housing; social participation; respect and social inclusion; civic participation and employment; communication and information; and community support and health services. In 33 cities, partners conducted 158 focus groups with persons aged 60 years and older from lower- and middle-income areas of a locally defined geographic area (n = 1,485). Additional focus groups were held in most sites with caregivers of older persons (n = 250 caregivers) and with service providers from the public, voluntary, and commercial sectors (n = 515). No systematic differences in focus group themes were noted between cities in developed and developing countries, although the positive, age-friendly features were more numerous in cities in developed countries. Physical accessibility, service proximity, security, affordability, and inclusiveness were important characteristics everywhere. Based on the recurring issues, a set of core features of an age-friendly city was identified. The Global Age-Friendly Cities Guide and companion “Checklist of Essential Features of Age-Friendly Cities” released by WHO serve as reference for other communities to assess their age readiness and plan change.
INTRODUÇÃOOs países do chamado Terceiro Mundo vêm apresentando, nas últimas décadas, um progressivo declínio nas suas taxas de mortalidade e, mais recentemente, também nas suas taxas de fecundidade. Esses dois fatores associados promovem a base demográfica para um envelhecimento real dessas populações, à semelhança do processo que continua ocorrendo, ainda que em escala menos acentuada, nos países desenvolvidos.As características principais desse processo de envelhecimento experimentado pelos países do Terceiro Mundo são, de um lado, de o fato do envelhecimento populacional estar se dando sem que tenha havido uma real melhoria das condições de vida de uma grande parcela dessas populações, e de outro lado, a rapidez com que esse envelhecimento está ocorrendo. Na verdade, nos paí-ses menos desenvolvidos, o contingente de pessoas prestes a envelhecer, dadas as reduções nas taxas de mortalidade, é proporcionalmente bastante expressivo quando comparado com o contingente disponível no início do século nos países desenvolvidos. Com a baixa real da fecundidade, a tendência é haver transformações drás-ticas na estrutura etária desses países, em tempo relativamente curto, sem que as conquistas sociais tenham se processado devidamente para a maioria da população.Este artigo se propõe a discutir a questão do envelhecimento populacional dentro do contexto do Terceiro Mundo, dando ênfase à realidade brasileira. Nesse sentido, será evidenciada uma questão emergente e de considerável impacto social e econômico: o "boom" de idosos na população brasileira nas próximas décadas.Para tanto serão analisados dados secundários**** referentes à evolução da mortalidade, fecundidade, expectativa de vida e sobrevida no Brasil, desde o início deste século até o ano 2025, bem como as transformações decorrentes do processo de envelhecimento na es-
VERAS, R. P. et al. Crescimento da população idosa no Brasil: transformações e conseqüências na sociedade.Rev. Saúde públ., S. Paulo, 21 : 1987 RESUMO: São discutidas as transformações sociais e econômicas que incidem sobre a vida dos idosos decorrentes do aumento da população de 60 anos ou mais, no Brasil. O processo migratório e a intensa urbanização (em 1940 a população rural era de 68,8% e em 1980 de 32,4%) afetaram particularmente a população idosa dos grandes centros, ou daqueles que envelheceram nestas cidades. Esta nova organização social acentuou os problemas de solidão e pobreza dos idosos. Além desta perda de status social que exclui sua participação na sociedade moderna, o idoso teve também reduzido o suporte emocional no interior de sua família. Entre os fatores que concorrem para tal, destacam-se a mudança do padrão do modelo familiar, de extensa para nuclear, a maior mobilidade e o aumento do número de separações e divórcios. O maior período de vida da mulher e suas conseqüências (redução de renda, aumento do número de viúvas e maior freqüência de longos períodos de doenças crônicas), como também a mudança do papel social da mulher no mundo contemporâneo, fazem parte de uma discussão específica relativa à mulher e à velhice. A questão do trabalho, da aposentadoria e do custo social (coeficiente de dependência) é outro aspecto abordado. (1987). UNITERMOS: INTRODUÇÃOComo foi visto nos artigos anteriores (Kalache e col. 23 , 1987; Ramos e col. 37 , 1987), o rápido crescimento previsto para a população idosa em países como o Brasil, nas próximas décadas, indica a necessidade de se estimular o estudo da sociologia da terceira idade no contexto do Terceiro Mundo. A pequena ênfase dada a este campo de conhecimento pode ser ilustrada pelo limitado número de investigações relativas às implicações sociais, econômicas e ambientais causadas por mudanças na estrutura etária como as que atravessa a população brasileira.Este artigo tem por objetivo discutir o impacto social decorrente do envelhecimento populacional, levando em conta as importantes transformações havidas na sociedade brasileira e suas conseqüências para a sociedade como um todo e, particularmente, para o grupo etário de 60 anos ou mais. Objetiva também alertar para a potencial gravidade desta situação a longo prazo, numa tentativa de sensibilizar pessoas e instituições para a tarefa de reverter alguns determinantes deste contexto socioeconômico e cultural que tende muitas vezes a condenar os cidadãos idosos a um final de vida em condições bastante adversas. ENVELHECIMENTO, URBANIZAÇÃO E MIGRAÇÃOA nível da distribuição geográfica da população brasileira, os movimentos migratórios acompanharam o processo de expansão das fronteiras econômicas. Nesse contexto, tivemos nos últimos 40 anos, particularmente após a década de 50, um intenso processo de concentração urbana da população brasileira (FIBGE 3 , 1982) (Tabela 1).Isso fez com que hoje o Brasil seja uma sociedade predominantemente urbana que experimenta nessas áreas um intenso processo de ...
The designation of “age friendly” has clearly engaged the attention of scholars and leading experts in the field of aging. A search of PubMed references citing the term produced 15 results in the 5‐year period from 2006 to 2011; that number increased to 572 in the period from 2015 to 2019. The work, notably led by the World Health Organization with the initiation of age‐friendly cities and age‐friendly communities, has now sparked a movement for the creation of age‐friendly health systems and age‐friendly public health systems. Now more than ever, in an era of pandemics, it seems wise to create an ecosystem where each of the age‐friendly initiatives can create synergies and additional momentum as the population continues to age. Work of a global nature is especially important given the array of international programs and scientific groups focused on improving the lives of older adults along with their care and support system and our interconnectedness as a world community. In this article, we review the historical evolution of age‐friendly programs and describe a vision for an age‐friendly ecosystem that can encompass the lived environment, social determinants of health, the healthcare system, and our prevention‐focused public health system.
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