A história do Brasil está profundamente atrelada a um regime escravocrata, responsávelpela importação de mão de obra africana escrava para o país, que vigoroupor aproximadamente quatro séculos. Como ocorreu em grande parte do Brasil, oestado de Goiás teve destacado papel na história da escravidão africana neste país,a comprovarem diversos manuscritos de naturezas variadas, que mencionam escravosque viveram no local. Este artigo propõe analisar histórica e linguisticamenteum livro de registro de óbitos,composto por documentos eclesiásticos exaradosentre 1847 e 1855,sobre a Freguesia de Nossa Senhora da Penha de Corumbá,visando a estabelecer relações entre a expectativa de vida dos escravos, dos libertos,bem como dos livres, com base em dados como gênero e idade dos falecidos.Para realizar o proposto, elaboramos um inventário com informações referentesaos sujeitos descritos nos registros, baseando-nos no modelo proposto por Santose Paula (2014) e cotejamos os dados obtidos com estudos que abordam o períodoescravocrata brasileiro, como os de Libby e Paiva (2005), Paiva (2014), Salles (1992)e outros. Assentado em uma perspectiva de interface dos estudos de Filologia,Linguística e História, este estudo busca compreender aspectos históricos e culturaisregistrados nos documentos e que sobremaneira os caracterizam.