Crise dentro da crise: a inserção laboral juvenil e sua configuração no contexto do novo coronavírus

Abstract

A recente pandemia causada pelo novo coronavírus desencadeou um cenário de elevada incerteza e seus impactos certamente tendem a ser sentidos no mercado de trabalho. A partir de uma pesquisa de natureza exploratória, conjugada com revisão bibliográfica, buscou-se realizar uma discussão e reflexão sobre como as desigualdades de inserção laboral juvenil, bem como as desigualdades sociais, já existentes na sociedade brasileira, foram significativamente ampliadas em decorrência das medidas de contenção e transmissibilidade da propagação do vírus. Os resultados sugerem que as ações de combate e retardamento da COVID-19, aliadas ao cenário político e econômico nacional, considerado ainda mais incerto nesse momento atual, contribuíram para o aprofundamento da crise econômica e social, tornando determinados grupos sociais ainda mais vulneráveis, como é o caso dos jovens, em termos de precarização ou perda do trabalho, redução dos rendimentos, problemas relacionais e psicológicos.

Dificuldades Enfrentadas no Mercado de Trabalho e o Bem-Estar da Geração Z

“…Examinando os relatos agrupados nessa terceira categoria de análise, depreende-se que uma das consequências da pandemia da Covid-19 foi o agravamento da condição dos jovens no mercado de trabalho, dado que esse é um dos grupos mais vulneráveis em termos de precarização laboral e desemprego (Souza, Loreto, & Reis, 2021).…”

Reflexos da pandemia de Covid-19 no emprego juvenil setorial nas regiões metropolitanas de Cuiabá e de Goiânia

“…Guimarães (2021) defende que as políticas para os jovens deveriam ser elaboradas e implantadas para uma inclusão que considerasse a sinergia entre educação formal e qualificação profissional, capaz de regular o estatuto dos jovens aprendizes, mas as características que são evidenciadas nesse público, em especial em países da América Latina, como as transições intensas entre escola/mercado de trabalho/saída de casa são quase aleatórias e não há linearidade, o que tende a dificultar o sucesso de políticas nacionais voltadas a esse público. Concomitante a escassez de políticas regionais para o público jovem e a latência em políticas estruturais, segundo Souza, Loreto e Reis (2021), a pandemia do Covid-19 desencadeou um cenário de incertezas e aprofundamento das desigualdades no emprego juvenil e os desafios, já enfrentados pelo público juvenil, se intensificaram.…”