A violência está presente na sociedade atual e parece contribuir para a ocorrência de crises hipertensivas. O objetivo deste estudo foi descrever a percepção do usuário da atenção primária em saúde sobre essa associação (violência e crise hipertensiva). Estudo descritivo desenvolvido junto a hipertensos adultos da área adscrita de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde de Fortaleza-Ceará, com entrevistas semiestruturadas no ano de 2018. Os relatos foram transcritos na íntegra e realizada Análise Categorial de Bardin. Foram definidas quatro unidades de significado: 1- sentimentos percebidos e crise hipertensiva; 2- violência e crise hipertensiva; 3- conflito familiar e crise hipertensiva; 4- mudança no contexto social e crise hipertensiva. Os achados mostraram que, quando hipertensos moradores de áreas violentas presenciam e vivenciam situações de violências, isso desencadeia a crise, algumas vezes percebidas por sintomas diversos, outras pela verificação da pressão arterial. Conclui-se que muitos dos casos tratavam-se na verdade de pseudocrise hipertensiva e que a distinção entre elas requer habilidade da equipe multiprofissional, pois destoam na abordagem.