As inteligências artificiais (IA) existem há mais de meio século, no entanto, as inteligências artificiais generativas (GenAI) são recentes e responsáveis pela forte popularização e pelo incremento do debate público acerca dessa área de conhecimentos nos últimos anos. Nesse enquadre, este trabalho tem como objetivo analisar as singularidades do uso de inteligências artificiais generativas no planejamento e na composição de textos acadêmicos/científicos, considerando-se a subjetividade autoral e a ética na produção intelectual. Para isso, sob abordagem qualitativa, realizamos uma pesquisa teórico-descritiva, na qual exploramos a ferramenta ChatGPT, por meio de um inventário de perguntas, em torno do termo-conceito “letramentos acadêmicos”, que buscaram desafiar o banco de dados dessa GenAI. A partir dos questionamentos, as respostas geradas pela máquina, por sua vez, foram contrastadas com a fundamentação teórica deste estudo, composta por Cortiz (2023), Buzato (2023), Lea e Street (2006), Street (2010; 2014 [1995]) e Silva (2016). Os resultados apontam para a necessidade de um estudante-usuário com gestos críticos, que compreenda as respostas geradas por modelos de linguagem, a exemplo do ChatGPT, como pontos incipientes de fomento para reflexões sobre objetos de conhecimento, atentando para o uso responsável de dados fornecidos por esses modelos. Requer-se, portanto, do estudante sua autonomia autoral, para a construção de saberes acadêmicos/científicos e sua textualização através de GenAI.