“…Mesmo com sua mobilidade e capacidade de se deslocar quando pressionada ou atingida, devido sua localização mais superficial e ausência de anteparo ósseo, a laringe torna-se vulnerável a traumas externos(Pérez Alcantud et al, 2020).As lesões laríngeas ocorrem mais comumente em decorrência de mecanismos iatrogênicos, principalmente relacionada a longos períodos de intubação orotraqueal, este correspondendo a aproximadamente 90% dos mecanismos de lesão endolaríngea, seguidos de traumas contusos, traumas penetrantes e inalação de substâncias cáusticas(Benjamin, 2018;Farley, et al, 2021; Pérez Alcantud et al, 2020;Reid & Ha, 2019). Em todas estas situações, o prognóstico do paciente está intimamente ligado ao momento do diagnóstico da lesão, quando mais cedo identificada e tratada, menores as chances do paciente evoluir com comprometimento funcional da estrutura, ou mesmo com oclusão de via aérea pelo edema local em decorrência do trauma(Welter, et al, 2020;Farley, et al, 2021;Sachdeva & Upadhyay, 2017) Desta forma, ter ciência do mecanismo de trauma, realizar exame físico criterioso e deter conhecimento anatômico detalhado da região cervical, além de acesso a exames complementares direcionados, é de extrema importância a fim de detectar lesões precocemente(Pérez Alcantud et al, 2020;Herrera, et al 2020, Elias et al, 2021Ford et al, 1995) O trauma de laringe está presente em 18% das lesões penetrantes na região cervical(Jewett et al, 1999;Elias et al, 2021), correspondendo a apenas um em 5.000 a 137.000 atendimentos em emergências(Bent et al, 1993;Jewett et al, 1999;Elias et al, 2021). Destes, um em 445 pacientes com lesões laríngeas graves(Verschueren et al, 2006).…”