RESUMOA cirurgia de controle de danos (CCD) foi inicialmente aplicada em situações de trauma abdominal, e desde a década de 1990, vem sendo utilizada no tratamento de diversas áreas. Com a sua difusão, surge a necessidade de reavaliar as estratégias cirúrgicas, indicações e os impactos da adoção. Portanto, este trabalho tem por objetivo avaliar essas questões no âmbito do trauma abdominal. Realizou-se uma revisão de literatura nas bases de dados PubMed/MEDLINE, SciELO e LILACS, filtrando publicações dos últimos 5 anos, nos idiomas inglês, espanhol e português, com os descritores: "damage control surgery", "damage control AND fígado", "damage control AND pâncreas", "damage control AND spleen", " damage control AND abdomen" e " damage control AND intestino". Encontrou-se 97 artigos que foram restringidos para 26 artigos, após a exclusão dos não condizentes com os objetivos da revisão e a leitura sistemática dos títulos e resumos; A CCD baseia-se em cinco estágios: 1) Indicação cirúrgica, 2) laparotomia abreviada, 3) medidas clínicas de ressuscitação para normalização dos parâmetros, 4) reabordagem cirúrgica com tratamento definitivo e 5) fase de reabilitação. O primeiro estágio possui grande importância e para bem exercê-lo é necessário que o cirurgião esteja atento ao estado fisiológico do paciente, gravidade de suas lesões e mecanismo de trauma, pois ainda não há critérios claros e bem estabelecidos para indicação da CCD. Essa técnica traz como benefícios a redução do tempo de operação e oferece ao paciente instável a chance de restabelecer seus parâmetros fisiológicos antes da cirurgia definitiva. Entretanto, também está associada a complicações significativas. A CCD, apesar de bem aceita, está propensa a críticas positivas e negativas. Seu principal limitador é a variabilidade das indicações práticas, em virtude da ausência de critérios específicos. Nesse contexto, a experiência do cirurgião se torna fundamental, pois quando bem indicada, pode oferecer queda significativa na mortalidade, redução da utilização de recursos e custos hospitalares.