O artigo apresenta uma revisão sistemática da literatura acerca da temática da imaginação e das atividades criadoras da criança com foco nos processos iniciais de elaboração da escrita, ancorando-se em estudos da Psicologia Histórico-Cultural. Foram considerados artigos, teses e dissertações elaborados entre 2012 e 2022, encontrados em: Banco de Teses e Dissertações da CAPES, Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). A revisão se justificou pela necessidade de analisar a produção científica recente na perspectiva teórico-metodológica em questão, de problematizá-la e de inserir o leitor na rede argumentativa que coloca em perspectiva temas caros à Educação e à Psicologia: desenvolvimento, imaginação e escrita. A busca foi organizada em quatro estágios: i) Identificação (leitura de títulos); ii) Triagem (leitura de resumos); iii) Elegibilidade (leitura dos trabalhos completos) e iv) Inclusão. Os resultados apontaram para o baixo índice de produções bibliográficas que abordam a temática que, embora tenha ganhado maior expressão nos últimos anos, ainda permanecem nucleadas, com discussão conceitual tímida quando considerada a importância do debate. Na conclusão dos dados, pode-se observar que a grande maioria dos estudos não discute a apropriação da escrita como um modo de elaboração criadora, articulada à imaginação, aos processos de simbolização e ao desenvolvimento cultural na infância. Essa lacuna traz implicações para o campo de investigação sobre a alfabetização e restringe uma compreensão mais aprofundada sobre o que é ler e escrever, o que por sua vez, impacta na formulação adequada das políticas públicas voltadas para esse fim.